Embrapa apresenta tecnologias para plantio de arroz

Segundo o pesquisador da Embrapa, Flávio Wruck, este dia de campo apresentou duas inovações de destaque, uma referente à introdução das espécies florestais e outra em relação ao plantio direto do arroz de terras altas em áreas velhas.

Mesmo com a forte chuva que caiu na manhã do último sábado, a Embrapa e parceiros realizaram o “10º Dia de campo da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta: Produção de Arroz e de Soja em Plantio Direto”, na fazenda Dona Isabina, em Santa Carmem-MT. Cerca de 90 pessoas, entre produtores, técnicos, estudantes e demais profissionais ligados ao agronegócio participaram do evento.

Devido ao mau tempo, as palestras, que seriam realizadas em cinco tendas montadas no campo, foram feitas em um espaço coberto. Durante toda a manhã pesquisadores da Embrapa, professores da UFMT e profissionais de empresas parceiras fizeram apresentações de temas variados dentro do sistema iLPF. Questões como o manejo do sistema, características e disponibilidade de cultivares de arroz, soja e de pastagem, uso de fertilizantes, nutrição animal e a introdução do componente florestal foram abordadas nas palestras.

Segundo o pesquisador da Embrapa, Flávio Wruck, este dia de campo apresentou duas inovações de destaque, uma referente à introdução das espécies florestais e outra em relação ao plantio direto do arroz de terras altas em áreas velhas.

“É um arroz de alta qualidade, com produtividade esperada de mais de 60 sacas por hectare. Quem já produziu arroz sabe o quanto é difícil conseguir esta marca. Isto é inovador e nós mostramos nas apresentações como é possível conseguir estes resultados”, disse o pesquisador.

Segundo o proprietário da fazenda Dona Isabina, a mais antiga Unidade de Referência Tecnológica em iLPF de Mato Grosso, vários testes já haviam sido feitos buscando o precedente ideal para o arroz. “O arroz, apesar de ser uma planta rústica, uma planta robusta, tem muitos impedimentos de parte física, pois ele não tem uma raiz pivotante como a soja e outras culturas. Então a gente vem trabalhando para tentar descobrir o precedente certo e parece que o precedente soja e brachiaria é o mais adequado para fazer o plantio do arroz”, afirma Agenor Pelissa.

Em relação à introdução do componente florestal no sistema iLPF, os participantes do dia de campo puderam conhecer os três tratamentos utilizados na propriedade. Dois deles utilizam quatro clones de eucalipto que foram dispostos em fileira simples ou tripla. O outro tratamento utiliza mogno africano em fileira simples.

Para o pecuarista Miguel Minoro Hara, o evento foi proveitoso e vai ajudá-lo no trabalho desenvolvido em sua propriedade, localizada no município de Sinop. “Preciso fazer alguns reflorestamentos e o dia de campo envolveu muito esta parte. Tudo o que foi falado foi válido para todos nós”, disse o produtor.

O sistema de integração de lavoura-pecuária-floresta também desperta o interesse do agricultor Invaldo Weis. Ele conheceu o sistema no primeiro dia de campo realizado na Vitrine Tecnológica da Embrapa Agrossilvipastoril, em janeiro, e já pensa em implantá-lo em uma área de 55 hectares em sua propriedade. “Fiquei muito interessado no sistema iLPF e pretendo plantar uma área neste ano. Vou esperar as colheitas aqui desta URT para ver o que se adapta melhor à minha situação”, explica o produtor.

Ao fim das palestras, foi servido um almoço com quatro cultivares de arroz desenvolvidas pela Embrapa: BRS Monarca, BRS Pepita, BRS Sertaneja e BRS Primavera. A sobremesa, como não poderia deixar de ser, foi arroz doce.

Na parte da tarde, com o fim da chuva, os participantes foram ao campo ver na prática o que foi abordado nas palestras teóricas. Primeiramente foi apresentada a área em que foi introduzido o componente florestal. Na sequência, os visitantes puderam ver o desempenho de algumas cultivares de arroz no campo e, por fim, conheceram a lavoura com plantio direto de arroz em áreas velhas.

Apesar da chuva, o pesquisador da Embrapa Flávio Wruck fez um balanço positivo do evento, uma vez que, segundo ele, o público presente se mostrou interessado no conteúdo, o que permitiu boa troca de experiências. “Nós passamos todo o conteúdo de uma só vez, de uma forma bastante confortável e foi bom. Depois tivemos a oportunidade de vir ao campo. O sol deu as caras e pudemos mostrar tudo aquilo que a gente tinha falado”, analisa.

Este dia de campo faz parte de projetos de desenvolvimento e transferência de tecnologias no sistema iLPF e é uma realização conjunta da Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Transferência de Tecnologia, Agropel Sementes, Bunge e demais parceiros locais.

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