Embrapa Cocais e Sagrima realizam dia de campo virtual sobre manejo da cultura do arroz
No próximo dia 26 de abril, das 9h às 11h, produtores, técnicos, extensionistas produtores, professores, estudantes e demais interessados em rizicultura poderão assistir ao dia de campo virtual “Manejo da cultura de arroz de sequeiro favorecido no Maranhão”, evento realizado pela Embrapa Cocais e Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca do Maranhão – Sagrima. As duas instituições são parceiras em acordo de cooperação técnica para alavancar a produtividade e a qualidade do arroz produzido em São Mateus-MA com o que há de mais moderno no portfólio de cultivares de arroz da Embrapa e ainda retomar o Projeto Salangô. Para assistir, basta acessar o you tube da Embrapa e da Sagrima.
Na programação, palestras dos representantes da Embrapa Cocais sobre as Principais características das cultivares elites da Embrapa (pesquisador Guilherme Barbosa Abreu) e Manejo da cultura do arroz de sequeiro favorecido (analista Carlos Santiago) e da Sagrima sobre o Projeto Salangô de todos nós – Breve histórico e apresentação (engenheiro agrônomo Francisco Torres). Participam também do dia de campo virtual a chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos, e o secretário da Sagrima, Sérgio Delmiro.
Vitrine tecnológica da Embrapa
Este ano, foi implantada em São Mateus-MA a primeira Unidade de Referência tecnológica – URT com as cultivares de arroz BRS A704, BRS A705, BRS A501 CL, BRS A502, BRS Catiana BRS Pampeira, cultivares modernas e que fazem parte da “elite” de cultivares lançadas pela Embrapa e recomendas para variadas condições edafoclimáticas. A iniciativa faz parte da primeira fase das ações estabelecidas pelo convênio de cooperação para fortalecimento da rizicultura do Maranhão, voltada para a revitalização do Projeto Salangô. Conta também com o apoio da Prefeitura Municipal de São Mateus. A cooperação deverá incluir posteriormente ações na área de fruticultura em Sistemas Agroflorestais – SAFs.
Para o analista Carlos Santiago, um dos fatores que mais chama a atenção na URT é a diversidade genética. “Temos cultivares que atingiram maturação com 85 a 90 dias e cultivares que levarão de 115 a 125 dias para atingir a maturação fisiológica dos grãos. Assim, o produtor tem uma diversificação de cultivares que lhe permite planejar o plantio para melhorar a sua capacidade de colheita”, pontua.
Na parceria, o estado contribui com os técnicos, produtores e a área de plantio; a Embrapa, com as tecnologias disponíveis: cultivares, técnicas de manejo adequadas para a obtenção de altas produtividades e excelente qualidade de grãos. “São várias Unidades da Embrapa que fazem parte do Projeto Melhor Arroz III, constituindo uma rede nacional de pesquisa e transferência de tecnologia para a cultura do arroz, entre os membros desta rede está a Embrapa Cocais”, explica Santiago.
Segundo ele, duas dessas cultivares, a BRS A704 e a BRS A705, são recém lançadas pela Embrapa e se adaptam muito bem às condições de cultivo do Maranhão e respondem também muito bem à tecnologia empregada no sistema de sequeiro favorecido, que é o principal sistema de cultivo de arroz irrigado no Maranhão, típico da Baixada Maranhense. “Trata-se de um sistema único no Brasil em que as planícies são inundadas por águas pluviais nos meses de janeiro a maio, o que permite o cultivo de cultivares de arroz irrigado com irrigação por água natural das chuvas. É simples assim: A chuva cai do céu, irriga as lavouras e segue o seu caminho rumo aos mananciais”, explica o analista.
As demais cultivares plantadas nesse primeiro experimento também se adaptaram muito bem ao sistema de sequeiro favorecido: a BRS A501 CL e a BRS A502, destinadas ao sistema de Terras Altas, e as cultivares BRS Catiana, BRS Pampeira, recomendadas para o Sistema Irrigado. Com as recomendações de manejo da cultura, a expectativa é de produção de 9 toneladas por hectare.
Para o pesquisador Guilherme Abreu, o município de São Mateus está se mostrando um pólo produtor de arroz no Maranhão. “A região tem potencial grande de produção de arroz (período chuvoso) em rotação com fruticultura (período seco e com irrigação). O Projeto Salangô, por ser uma área muito grande, representa bem o ambiente da região”, avalia.
O engenheiro agrônomo Francisco Torres, da Sagrima, considera a revitalização do Projeto Salangô II de fundamental importância para o Estado e, em especial, a região. “O Projeto Salangô II tem condições de oferecer aos produtores grande potencial de produção de alimentos, gerando emprego, renda e desenvolvimento local”, resume.
Ao todo, serão três URTs implantadas nas próximas safras (20/21 e 21/22), cada uma para os sistemas tecnológicos propostos: Terras Altas, arroz de sequeiro e sequeiro favorecido (irrigado) e Consórcio Rotacionado para Inovação na Agricultura Familiar – Criaf, tecnologia da Embrapa Cocais.