Embrapa lança estudo sobre cultivares de arroz resistentes à brusone para reduzir uso de fungicidas no Litoral Norte

A íntegra do documento pode ser baixada em nossa área de downloads.

A Embrapa está disponibilizando a versão eletrônica do estudo sobre o "O Potencial de Cultivares de Arroz Irrigado Resistentes à Brusone para Redução do Uso de Fungicidas no Litoral Norte do Rio Grande do Sul", de autoria de pesquisadores da instituição com apoio do Irga, Epagri, entre outros. O documento, na íntegra, pode ser baixado também na área de downloads de Planeta Arroz. 

O documento cita que a ocorrência de doenças na cultura do arroz irrigado é um fator limitante para que as cultivares expressem seu potencial produtivo. Desde os primeiros relatos sobre os danos causados por doenças em arroz, a que mais desperta preocupação continua sendo a brusone. Essa importante doença, causada pelo fungo Magnaporthe oryzae (Barr) [anamorfo Pyricularia oryzae (Cooke) Sacc)] (Couch; Kohn, 2002), pode incidir em toda a parte aérea da planta, desde os estádios iniciais do desenvolvimento até a fase final do enchimento de grãos (Nunes, 2013).

A perda de produtividade de arroz, devido aos danos por brusone, pode ser total (100%), dependendo da resistência genética da cultivar utilizada, da época de semeadura e das condições climáticas (Prabhu et al., 2002). Para o manejo dessa doença, é recomendada a semeadura em épocas corretas, adubação nitrogenada equilibrada, preparo do solo adequado e incorporação dos restos culturais, uso de sementes certificadas, densidade de semeadura adequada, irrigação uniforme, manejo de plantas daninhas e uso de cultivares resistentes (Filippi et al., 2015).

O uso de cultivares resistentes é a principal tática para o manejo integrado da brusone em arroz irrigado (Filippi et al., 2015; Ogoshi; Carlos, 2017), básica à produção sustentável do cereal. É o modo mais fácil, eficiente, de baixo custo e de menor impacto ambiental no manejo da doença, reduzindo a dependência do uso do controle químico. Nos últimos anos, porém, as cultivares mais usadas no Rio Grande do Sul comportaram-se como suscetíveis à brusone. Dentre as dez cultivares mais usadas na safra 2014/2015, 70% evidenciaram suscetibilidade à doença, ocupando uma área de aproximadamente de 800 mil hectares (Ogoshi, 2015).

Esse cenário é extremamente propício à disseminação da doença, uma vez que, convergindo para o ambiente favorável que se estabelece nos meses de cultivo do cereal, e havendo alta proporção de hospedeiro suscetível, o risco de epidemia é elevado. Contudo, o grau de risco é variável, conforme a região orizícola do Rio Grande do Sul, sendo expressivamente maior no Litoral Norte do que no Litoral Sul do estado. É notório que o incremento da utilização de cultivares suscetíveis à brusone induziu o aumento do número de aplicações de fungicidas e, concomitantemente, o uso não racional desses produtos.

Essa situação tem causado preocupações no âmbito da cadeia orizícola, visto que aumenta os custos produtivos, prejudica o meio ambiente, gerando riscos de contaminação humana e animal, e de acúmulo de resíduos nos grãos de arroz, o que pode impedir a exportação de arroz.
Com base na situação atual de uso excessivo de fungicidas para o controle de brusone na cultura do arroz irrigado (por inundação), no Rio Grande do Sul, este trabalho objetivou avaliar o potencial de contribuição de cultivares resistentes à doença para a redução do uso desses produtos na região do Litoral Norte do estado, onde o risco de epidemias é expressivamente maior.

O uso de variedades suscetíveis à doença fúngica ainda alcança perto de 50% da área plantada no Rio Grande do Sul, em especial as de origem argentina. Por isso, o estudo ganha relevância, uma vez que o Litoral Norte tradicionalmente tem um microclima mais propício ao desenvolvimento da doença.  

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