Embrapa terá equipes de pesquisa nas Filipinas e na Colômbia
Dois acordos acabam de ser assinados entre o presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes Pereira, e os diretores do Instituto Internacional de Pesquisa de Arroz (IRRI, sigla em Inglês para Internacional Rice Research Institute Filipinas), Robert Zeigler, e do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT- Colômbia), Ruben G. Echeverría.
Novas frentes de pesquisa na cooperação científica acabam de ser abertas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com inovações no modelo de execução dos projetos e com a perspectiva de os cientistas brasileiros atuarem em linhas de investigação ousadas, que representam grandes benefícios a culturas de importância mundial, entre elas a do arroz. Para isso, dois acordos acabam de ser assinados entre o presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes Pereira, e os diretores do Instituto Internacional de Pesquisa de Arroz (IRRI, sigla em Inglês para Internacional Rice Research Institute – Filipinas), Robert Zeigler, e do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT- Colômbia), Ruben G. Echeverría.
“Os acordos vão colocar em execução o programa Embrapa-CGIAR Xchange, que dará oportunidade aos nossos cientistas de atuarem com equipes de excelência em áreas e grupos nos quais o Brasil ainda não participa”, diz Arraes.
Pioneirismo
A estatal brasileira é a primeira instituição latino-americana a estabelecer uma cooperação científica desse porte com a instituição filipina, considerada uma das principais organizações internacionais focadas na pesquisa e no desenvolvimento dos sistemas produtivos do arroz e o maior centro do sistema CGIAR (Grupo Consultivo para Pesquisa Agrícola Internacional que assina o programa Xchange).
Para se ter uma ideia do trabalho do IRRI, as equipes do instituto filipino estão à frente das pesquisas sobre o arroz C4, uma das linhas de pesquisa mais ousadas para essa cultura. O arroz C4 é um novo tipo de planta, com maior capacidade de realizar fotossíntese, que pode proporcionar aumento da produtividade e resistência á seca, por exemplo.
Fortalecendo a cooperação Sul-Sul
O acordo com o CIAT significa a possibilidade de resolver problemas da região onde ambos atuam: a América Latina. “Esta nova estratégia de cooperação com a Embrapa fortalecerá muito nossas relações de cooperação, além de facilitar a identificação de oportunidades de colaboração”, diz o diretor do CIAT para a América Latina e Caribe, Elcio Guimarães. Embrapa e CIAT já trabalham na busca de soluções para os problemas agropecuários do Brasil e da Colômbia e também de outros países do continente.
Um exemplo dessa parceria são as linhas de pesquisa do HarvesPlus – programa internacional criado pelo CGIAR em 2003 e que possibilitou o desenvolvimento de culturas biofortificadas (com maior concentração de ferro, zinco e betacaroteno, micronutrientes fundamentais para o bom desenvolvimento físico e mental), entre elas a batata doce, milho, feijão, feijão-caupi e mandioca, além de outros, atualmente levados para a África e Ásia.
Como funcionará o programa
O programa Xchange prevê a colocação de dois pesquisadores da Embrapa em atuação conjunta com as equipes do IRRI e do CIAT, um nas Filipinas e outro na Colômbia. Cada pesquisador poderá permanecer até dois anos, tanto no CIAT como no IRRI, havendo a possibilidade de renovação da permanência por mais 12 meses (no máximo).
"Os editais para seleção correrão de acordo com as linhas temáticas definidas em cada um dos acordos, seguindo as normas da Embrapa”, comenta o coordenador de intercâmbio de conhecimento da SRI, Luciano Nass. A previsão do coordenador é de os editais serem publicados até o final do mês de julho.
Serviço
O que: Programa Embrapa-CGIAR Xchange
Objetivo: Fortalecimento da cooperação científica em tópicos específicos com centros internacionais de pesquisa.
O modelo operacional
É semelhante ao dos Labex (sigla para Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior) porque, da mesma forma que ocorre com as equipes atuantes nestes laboratórios virtuais (localizados nos Estados Unidos, Europa, Coreia e China), o pesquisador será alocado nas Filipinas e no CIAT por um período de pelo menos dois anos (podendo ser renovado por um ano). A seleção do empregado ocorre por meio de edital com normas estabelecidas em concordância com o acordo de cooperação.
Parceiros: IRRI e CIAT, instituições que estão entre os 15 centros de pesquisa apoiados pelo CGIAR.