Empresa gaúcha quer usar arroz para produzir etanol
Embora o processo de fabricação possa ser até 20% mais caro que o etanol de cana-de-açúcar, a empresa defende que ainda assim é maior que o rendimento de milho o mais utilizado nos Estados Unidos, por exemplo.
O Rio Grande do Sul não tem grandes plantações de cana-de-açúcar, mas é disparado o maior produtor de arroz entre os estados brasileiros. Neste estado, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produtividade média foi de 7.600 kg/ha no biênio 2010/2011, enquanto que a média esperada para a produção nacional no mesmo período não chegou a 5.000 Kg/ha. A produção vem aumentando ano após ano e recentemente superou a demanda do mercado interno, trazendo prejuízos a alguns produtores. Em função disso, a empresa gaúcha Vinema Multioleos Vegetais anunciou que quer começar a produzir etanol a partir desse grão.
Mas antes que surjam críticas ao uso de alimento para a produção de combustíveis (principal queixa dos ambientalistas contra a produção de etanol), Vilson Machado, coordenador do projeto Vinema, se antecipou e ressaltou que o cultivo de arroz para etanol não irá prejudicar o abastecimento de comida.
“Utilizaremos apenas grãos com casca ou quirera, que não têm classificação para consumo humano”, diz Vilson.
Diferenciais e limitações do projeto
Embora o processo de fabricação possa ser até 20% mais caro que o etanol de cana-de-açúcar, a empresa defende que ainda assim é maior que o rendimento de milho – o mais utilizado nos Estados Unidos, por exemplo.
O etanol de arroz também não é o ideal para reduzir as emissões de gases em relação a combustíveis fósseis. Nesse aspecto o etanol de cana é imbatível: possui 90% de eficácia na redução de dióxido de carbono (em relação a gasolina e ao diesel), enquanto os outros tipos de etanol (de arroz, milho, etc) variam entre 20% e 50%, o que ainda é considerável diante das urgentes demandas por redução de emissões de CO2.
Se a produção for aceita pelo governo ela só deve chegar ao mercado em 2014.
4 Comentários
É complicado, os produtores gaúchos estão sofrendo ano após ano com problemas de mercado, onde cada vez mais colocama disposição no mercado muita oferta, onde além da oferta no RS ainda tem exportação do mercosul que não pode ser trancado, até pelo custo deles que são bem mais baixos pela não cobrança de impostos. Mas o uso de arroz para a produção de etanol é uma alternativa que minimizaria um pouco a crise do setor, sendo ela não só para a alimentação, onde o produtor teria a chance de aproveitar o seu arroz de baixo valor para a indústria de beneficiamento e colocaria a disposição seu produto de baixo valor de rendiemento para a produção de etanol, mas, essa alternativa para a fabricação de etanol teria que ser em um prazo mais curto para que os produtores consigam sobreviver na atividade.
OBRIGADO
é muito importante este iniciativa de produzir etanol apartido do arroz, pois como sabemos a produção tem aumentado bastante o consumo se mantem, isto é há mais demoanda é grande e ainda sofremos com a política da importação, assim a classe de produtores venm sendo penalizado pelos baixos preços, os quais não cobrem os custos de produção.A busca por alternativa é ótima, porem tem que ser urgente, caso contrário será tarde demais.Se já é comprovado a eficácia em outros países porque tanta burocracia?vamos por em prática logo!!!
O empreendimento poderia ser viável se o produtor de arroz fizesse a produção de um pré-destilado de arroz, em micro-destilarias, vendendo este produto a uma indústria de grande porte que faria a concentração e retificação do etanol e ainda o produtor ficaria com os sub-produtos para uso como ração e fertilizante.( A solução seria ECONOMICAMENTE VIÁVEL, ECOLOGICAMENTE CORRETA e SOCIALMENTE JUSTA…)
Sr. Flavio, concordo plenamente deveria ter linhas de financiamento para microusinas para o produtor beneficiar o alcool em sua propriedade e aumentar o valor agregado do produto, a usina de etanol é fundamental para cadeia produtiva do arroz é mais um concorrente para combater o CARTEL mas para isso precisa de apoio governamental.
Na Europa o etanol é produzido principalmente da beterraba sem comprometer a alimentação.