Encontro no Japão checará seqüenciamento do genoma do arroz
A expectativa existente no meio científico é que, durante o encontro no Japão, possa ser anunciado o final do seqüenciamento.
Encontro de 60 pesquisadores do mundo inteiro, entre eles o professor da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem) da Universidade Federal de Pelotas (RS), Antônio Oliveira, checará, de 10 a 20 de dezembro, no Japão, todos os 20 mil genes do arroz preditos por computação. Oliveira é o único cientista brasileiro na reunião e a fazer parte da rede internacional que está seqüenciando o genoma do arroz.
Durante o evento, os pesquisadores farão a anotação do genoma completo do arroz. A codificação do genoma do grão começou a ser realizada em 1997. A expectativa existente no meio científico é que, durante o encontro no Japão, possa ser anunciado o final do seqüenciamento.
Uma vez confirmado o fim do seqüenciamento, novas etapas do trabalho já estão planejadas. “Conhecemos as seqüências mas não sabemos suas funções”, diz Oliveira. Neste sentido, linhas de pesquisa estão desenhadas na UFPel para dar prosseguimento às investigações. Entre elas, tolerância a ácidos orgânicos e ao frio, linhagem para produção de híbridos e outros gens de importância agronômica.
Dentro desta área chamada de genômica funcional, Oliveira levou ao 2º Simpósio Internacional de Genômica Funcional de Arroz, realizado de 15 a 17 deste mês, na Universidade do Arizona, Estados Unidos, o trabalho Expressão diferencial de gens de raiz de arroz sob condições de hipóxia.
O objetivo da pesquisa é, através da identificação e estudo dos gens de arroz responsáveis pela sua tolerância ao encharcamento, transferir esta característica para outros produtos, como trigo, aveia e milho para, desta forma, permitir seus cultivos em áreas onde hoje só se pode plantar arroz. O trabalho está sendo desenvolvido no Laboratório de Genômica e Fitomelhoramento, dentro do Programa de Pós-graduação em Agronomia da Faem. Estima-se que em dois anos se tenha algum resultado.