Epamig e Ufla pré-lançam cultivar de arroz de terras altas
(Por Agência Minas Gerais) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) realiza, em parceria com o grupo de pesquisa “Melhor Arroz” da Universidade Federal de Lavras (Ufla), o 2º Encontro Tecnológico de Arroz de Terras Altas, na próxima quarta-feira, dia 27/3.
O evento, gratuito e presencial, começa a partir das 8h, no Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Agropecuária, localizado na Fazenda Muquém. A programação contará com apresentações sobre os seguintes temas: plantio do arroz intercalado com outras culturas; cultivares de arroz de terras altas recomendadas para Minas Gerais; uso de bioinsumos; e possibilidades gastronômicas com o grão.
Na ocasião, também ocorrerá o pré-lançamento da cultivar de arroz CMG 1590, desenvolvida pela parceria entre Epamig, Ufla e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esta é a segunda edição do evento, que foi realizado pela primeira vez em março de 2023 e contou com a participação de mais de cem pessoas.
“Nos últimos anos, a procura por sementes de arroz de terras altas aumentou muito, por conta da crescente nos preços e da maior busca pelo alimento por parte de programas governamentais voltados para a agricultura familiar. Por isso, decidimos realizar novamente o encontro, para expandir os conhecimentos sobre a cultura e apresentar novas tecnologias”, relata a pesquisadora da Epamig, e uma das organizadoras do encontro, Janine Guedes.
Plantio de arroz intercalado com café
No encontro, Janine conduzirá a apresentação “Plantio do arroz em ruas de café”, dentro do Ciência Móvel, micro-ônibus adaptado com um minilaboratório que leva as tecnologias da Epamig a eventos realizados em todo o estado. Segundo ela, o programa “Melhor Arroz” conduziu experimentos de plantio consorciado de arroz com café, em 2023, que geraram resultados muito positivos.
“Esse trabalho foi um dos desdobramentos do Encontro Tecnológico do ano passado. Um produtor de café nos abordou durante o evento e propôs uma parceria. Então, fomos até a propriedade dele e fizemos o plantio”, conta Janine. “Ele não só colheu o arroz como ainda conseguiu vender o alimento para uma escola local, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Além disso, ele nos relatou que a estratégia auxiliou na conservação do solo da propriedade”, acrescenta a pesquisadora.
Unidades demonstrativas
Com base na experiência, a Epamig implantou, ao longo de 2023, 16 novas Unidades Demonstrativas (UD) espalhadas pelas regiões de Minas Gerais, onde o arroz foi plantado intercalado com o café e, em uma delas, com a cultura da maçã.
Essas lavouras experimentais integram um projeto maior, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), no qual um total de 38 UDs foram implantadas em propriedades rurais de Minas Gerais.
“Em minha apresentação vou falar sobre possibilidades do plantio de arroz com outras culturas, principalmente o café, que sejam cultivadas em corredores largos, que não gerem sombreamento. É uma prática que proporciona ao produtor uma nova fonte de renda e ainda auxilia na manutenção das condições do solo”, explica Janine.
Nova cultivar
O evento marca também o pré-lançamento da nova cultivar de arroz de terras altas CMG 1590 (nome provisório). O material foi desenvolvido e testado ao longo de 10 anos pelo Programa de Melhoramento Genético de Arroz, parceria entre Epamig, Ufla e Embrapa.
“É uma cultivar muito recomendada para todas as regiões de Minas Gerais, sobretudo para a agricultura familiar. A sua principal característica é o alto rendimento, o que a torna um material extremamente produtivo. Ela possui ainda grande resistência ao déficit hídrico e à brusone, uma praga do arroz.”, detalha Janine Guedes.
Segundo ela, a cultivar passa pela última etapa de registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas já foi liberada para a produção de sementes e para o pré-lançamento. “Após o seu lançamento oficial, que deve ocorrer no segundo semestre de 2024, implantaremos várias Unidades Demonstrativas em lavouras com diferentes níveis de tecnificação, para avaliarmos, por exemplo, seu desempenho sob irrigação de pivô”, conclui a pesquisadora.