Equilíbrio distante
O Brasil precisa encontrar onde colocar os excedentes
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O Brasil encerra a colheita da safra de arroz 2007/2008 colhendo também os primeiros resultados positivos para o setor em cinco anos. O equilíbrio entre oferta e demanda foi conquistado graças ao mercado internacional e uma safra de tamanho adequado à demanda interna. Além do país consolidar a posição de exportador de arroz, o Mercosul que historicamente internaliza um milhão de toneladas por ano no Brasil buscou prioritariamente outros mercados, aliviando a pressão interna.
O equilíbrio do primeiro semestre é uma novidade para a cadeia produtiva do arroz. A saída de mais arroz e principalmente a redução da oferta e da entrada do cereal do Mercosul, associadas aos mecanismos de comercialização do Governo Federal funcionando efetivamente, bem como a tranqüilidade que o Governo transmitiu à cadeia produtiva na gestão dos estoques, garantiram essa estabilidade de preços no primeiro semestre do ano safra. Nem mesmo a queda do dólar, que poderia afetar os negócios internacionais, foi suficiente para travar as vendas. E o Mercosul segue ampliando seus terceiros mercados.
A colheita está sendo concluída, mas a safra só encerra quando for negociado o último grão colhido este ano. E assim o produtor brasileiro precisa estar alerta às posições e informações do mercado. Ciente de que na venda gradativa faz média e ganha com mais segurança do que arriscando a sorte na espera de uma alta.
Mas o produtor sabe que vem aí a nova safra e renovam-se as esperanças. Mas também sabe que os insumos subiram muito, o custo de produção será mais alto e que a comercialização precisa ser ainda melhor para o próximo ciclo. Provavelmente a área vai aumentar, no Sul e no Centro-oeste, em razão de preços remuneradores. Assim o Brasil precisa encontrar onde colocar esses excedentes. E está no caminho certo.
A cadeia produtiva do arroz está conquistando passo a passo uma posição no mercado mundial. Talvez durante as severas crises, quando o Mercosul beirou 1,5 milhão de toneladas de arroz internalizado no Brasil, tenha faltado exatamente isso: ousadia para exportar e buscar mercados. Qualidade, esta não falta.
Nesta edição, Planeta Arroz aborda as mais importantes questões da atualidade para a cadeia produtiva, como os gargalos e potencialidades logísticas para o Brasil exportar, a nova crise da importação de arroz pirata pelos lavoureiros gaúchos, mas também o salto produtivo e a aplicação de tecnologias mais limpas nesta lavoura. Também há reportagens referentes às tecnologias aplicadas, mercados, consumo, a relação do arroz com a cesta básica nacional e a presença do país nos eventos internacionais.
Afora isso, há um encarte especial escrito pelo consultor de mercados e mestre em Agronegócios do Irga, Tiago Sarmento Barata, expondo os cenários do mercado internacional e seus efeitos nos preços internos e nas tendências do mercado brasileiro. Bem-vindo à Planeta Arroz número 27.
Boa leitura!