Érico Ribeiro busca solução para problema do arroz com ministros

Deputado pelotense, que é o maior produtor individual de arroz do Brasil, articula negociações em Brasília.

O protesto dos produtores de arroz realizado na terça-feira em Porto Alegre repercutiu em Brasília e foi comentado, com preocupação, pelo vice-presidente da República e também Ministro da Defesa, José Alencar. Em audiência concedida ao deputado federal Érico Ribeiro (PP/RS), Alencar ouviu relato da situação e disse estar empenhado em agendar encontro de representantes da cadeia produtiva com o presidente Lula.

O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, apóia a iniciativa de Ribeiro e busca marcar reunião com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, em que se espera uma solução seja apontada.

Embora os constantes registros sobre a necessidade de aquisição pelo governo federal de um milhão e 500 mil toneladas dos produtores de arroz do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, respectivamente, até agora não houve divulgação pelo governo sobre a quantidade, preço a ser pago pelo produto e, muito menos, a data em que ocorrerá a compra. Ribeiro solicita uma decisão do governo.

Sobre o mesmo assunto, o deputado gaúcho conversou com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, pois o ministro Roberto Rodrigues se encontrava na Coréia do Sul. O secretário confirmou que realizou contato com o Ministério da Fazenda, mas sem que houvesse resposta positiva sobre o assunto e aguardava solução.

Na audiência com Alencar, Ribeiro falou sobre a situação atual, pois o Rio Grande do Sul vive momento difícil após o período de seca, com perda superior a dez milhões de toneladas de grãos, principalmente, soja e milho. A lavoura arrozeira por ser irrigada não passou pelo mesmo problema, mas no momento tem dificuldades com a comercialização.

Os produtores do estado vendem sua safra com até R$ 10,00 de prejuízo por saca sem que haja outra opção de plantio. A solução é a compra imediata de 1,5 milhão de toneladas de arroz pelo governo, para que o preço do produto se estabilize.

PROTESTO

Depois de enfileirar mais de 740 tratores, colheitadeiras e implementos à margem da BR-471, na terça-feira, os arrozeiros de Santa Vitória do Palmar, resolveram fechar a rodovia ontem, em 12 pontos diferentes, por três horas. Das 8h às 11h, quem precisou utilizar a rodovia ficou retido em um dos pontos em que os produtores mantêm piquetes. De acordo com o presidente do Sindicato Rural, Luciano Terra, apenas passaram ambulâncias e ônibus escolares.

“Nosso movimento não quer prejudicar ninguém, apenas chamar a atenção para a situação do setor.” Segundo ele, em Santa Vitória a comercialização do cereal está praticamente parada, pois ninguém quer vender o seu produto no preço em que está cotado, entre R$ 18,00 e R$ 21,00, dependendo da qualidade. Os produtores pretendem continuar as barreiras até que o governo acene com uma solução. Hoje, a rodovia deve ser fechada pela manhã e à tarde.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter