Escândalo do arroz contaminado derruba ministro da Agricultura do Japão

O arroz com nível de agrotóxico acima do permitido foi utilizado em hospitais e outras instituições.

O ministro da Agricultura, Seiichi Ota, apresentou hoje (19) o pedido de demissão ao primeiro-ministro Yasuo Fukuda, por causa do escândalo do arroz contaminado, que foi distribuído para hospitais e centros de assistência a idosos.

Segundo a agência de notícias Kyodo, Fukuda vai aceitar a renúncia de Ota, uma vez que já havia demitido também o vice-ministro Toshiro Shirasu por causa do escândalo.

Yasuo Fukuda, que no início do mês apresentou o pedido de renúncia, vai ser substituído na semana que vem, depois que o PLD realizar uma eleição interna no dia 22 para eleger o novo presidente do partido.

No dia 24, a Câmara Baixa fará a aprovação do novo primeiro-ministro, que deverá fazer o anúncio dos membros do gabinete no mesmo dia.

ARROZ CONTAMINADO
O escândalo do arroz contaminado ganhou destaque na imprensa japonesa nos últimos dias, e o governo pede explicações a intermediários como a empresa Mikasa Foods, com sede em Osaka.

O arroz destinado a uso industrial, contaminado com agrotóxico, foi vendido pela empresa como arroz de alta qualidade.

O produto, importado da China, foi usado na produção de sake e outras bebidas alcoólicas como “shochu”, além de ser distribuído em hospitais e centros de assistência a idosos.

Investigações também mostraram que o produto chegou a vários outros estabelecimentos públicos, e também estavam a venda no mercado.

O arroz estava contaminado com fungos ou apresentava nível de agrotóxico maior do que o permitido por lei. polícia da província de Osaka detectou uma concentração de 0,02 ppm (partes por milhão) do agrotóxico metamidofós em amostras do arroz comprado pela empresa Mikasa Foods. A concentração máxima permitida por lei é de 0,01 ppm.

Segundo a polícia, a Mikasa Foods é suspeita de infringir a Lei de Segurança Alimentar, e uma equipe de investigação fará inspeção na sede da empresa no início da semana que vem.

NOVOS CASOS
Em Kyoto, a Secretaria Municipal de Educação revelou que arroz contaminado também foi utilizado para fazer 5 mil refeições servidas em 47 mil escolas de Kyoto em abril.

O arroz, consumido por alunos e professores, foi vendido por outra intermediária, a Asai, com sede em Nagoya, que comprou o arroz do governo e revendeu para outras empresas. Investigações mostraram que de cada 110 gramas de arroz servido na refeição, havia 2,3 gramas de arroz contaminado. Como a quantidade é pequena, as autoridades acreditam que não haverá problemas de intoxicação. Mas segundo análises do Ministério da Agricultura, a quantidade do agrotóxico metamidofós encontrado no arroz foi de 0,05 ppm, cinco vezes o limite permitido.

A descoberta das vendas ilícitas deixa os consumidores desconfiados quanto a segurança e a qualidade dos alimentos no país.

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