Especialistas detalham funcionamento de ferramenta de crédito disponível para produtor

 Especialistas detalham funcionamento de ferramenta de crédito disponível para produtor

Foto: Jô Folha

(Por AgroEffective) Focado no comércio internacional, foi realizado na tarde desta quarta-feira, 19 de fevereiro, o painel Comercialização de commodities, dentro da programação da 35ª Abertura Oficial da Colheita de Arroz e Grãos em Terras Baixas. Especialistas apresentaram aos produtores presentes, os principais conceitos das chamadas Operações de Barter. Os desafios para vencer a volatilidade do mercado também foram tema de conversa voltada para câmbio, prêmio e lucro. A moderação do painel ficou sob a responsabilidade do produtor Caio Nemitz. A Abertura da Colheita está sendo realizada na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS)

O coordenador de Operações com Commodities da Basf, Gian Carlo Sanguini, ressaltou a importância das Operações de Barter, por ser uma ferramenta para auxiliar nas mitigações de grandes flutuações de mercado e dos riscos. Segundo ele, o Centro-Oeste centraliza a maior parte da modalidade destes negócios realizada no país, mas com crescimento pontuando no Rio Grande do Sul, com aplicações de modelos de negócios, gerando valor aos modelos já existentes. “Estamos negociando para trazer ao produtor de arroz uma solução de Barter que leve praticidade, valor e clareza na relação de troca do produtor”, concluiu o especialista.

Já a analista de Operações com Commodities da Basf, Vanessa Gobbo, detalhou o conceito da operação, esclarecendo que se trata de uma negociação de troca onde o produtor consegue adquirir os insumos através do pagamento com a sua produção agrícola. “As Operações de Barter trazem condição comercial, praticidade no pagamento por sacas por hectare, gerenciamento de risco, transparência e também é uma relação de crédito”, disse. Vanessa detalhou que há três modelos de operações de Barter, dos quais derivam os demais operados pela Basf e por outras empresas. “A Disponível, que acontece basicamente à vista, quando a commoditie está ali, colhida, ou próxima da colheita. A Negociação Futura é a mais utilizada no Brasil, e se trata de negociações de prazo safra, ou seja, que acontecem com uma entrega futura do grão e para isso fazemos a confecção de toda a negociação. Com as garantias feitas, o produtor evolui com a safra e lá na frente liquida a operação. Já a Barter Financeiro é com preço vinculado a uma commoditie, com base em uma commoditie já listada em Bolsa de Valor, e acontecem muito em boi, por exemplo”, ensinou a analista.

Na sequência também foi tratado sobre a importância dos produtores estarem atentos à volatilidade do mercado e aqueles fatores que contribuem para a oscilação do dólar, indexador das commodities. O sócio sênior da DOC Investimento, Eduardo Pinzetta, relembrou o histórico do dólar do ano passado e mostrou que o resultado fiscal foi até um pouco melhor que o esperado. Pinzetta abordou os pontos cruciais que trouxeram uma volatilidade do câmbio, como a revisão da meta fiscal do Governo Federal, como o pacote de gastos, isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, trazendo uma incerteza no cenário brasileiro e afetando o comportamento do dólar em 2024. Segundo Pinzetta,é importante relembrar esses cenários para mostrar a perspectiva do cenário atual e o produtor conseguir tomar decisões acertadas para vencer a volatilidade do mercado.

Já o especialista em Comercialização de Commodities Agrícolas, Luís Augusto Camargo, abordou as principais ferramentas para a volatilidade do mercado. “É importante uma estratégia de comercialização que deixe boa margem, que saiba olhar da porteira pra dentro”, comentou Luís, para que os produtores façam as escolhas mais assertivas.

O especialista explicou que é importante o produtor sempre tentar acertar porque a “vontade de ganhar nunca deve ser maior do que o medo de perder”. Trazendo um apanhado sobre os derivativos agrícolas como contratos futuros, opções e NDF, Camargo explicou, com exemplos práticos, sobre essas opções de crédito e como isso vai afetar a parte financeira. Disse que o NDF pode ser de venda e que o produtor deve se atentar ao valor da operação para não ter prejuízos. Ele também mostrou exemplos sobre operações call e pull no cenário do produtor, e como isso acontece na prática. Outro caso citado foi o seguro contra baixa, trazendo o exemplo para mostrar o ajuste financeiro, onde conseguiu 11% a mais no valor de venda.

A 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e correalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), além do Patrocínio Premium do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e apoio da Prefeitura Municipal de Capão do Leão. O evento tem como tema “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho – Uma Visão de Futuro”. Mais informações pelo site colheitadoarroz.com.br.

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