Estado inicia a colheita do arroz por Cachoeirinha

Estado inicia a colheita do arroz por Cachoeirinha
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De hoje até sábado Cachoeirinha será a cidade do arroz no Rio Grande do Sul. Neste ano o município da Região Metropolitana de Porto Alegre foi o escolhido para sediar a 19ª Abertura Oficial da Colheita, evento que ocorre na sede da Estação Experimental do Arroz, do Irga.

Segundo Renato Rocha, presidente da Federarroz, a cadeia produtiva poderá vislumbrar em um mesmo espaço as modernas tecnologias para cada ciclo da safra, informar-se sobre tendências, legislações e atividades necessárias à orizicultura, colher informações sobre o mercado e, até, realizar cursos de aperfeiçoamento em regulagem de colheitadeiras, secagem do arroz e culinária com arroz.

O presidente do Irga, Maurício Fischer, destaca o caráter internacional do evento, com a presença dos principais dirigentes arrozeiros da América do Sul e do Caribe, integrantes do Fundo Latino Americano para o Arroz Irrigado (Flar) e de técnicos dos institutos de pesquisa arrozeira de toda a América do Sul. A Câmara Setorial Nacional do Arroz também realizará importante reunião no evento, analisando a conjuntura da safra e do mercado nacional e nos principais estados produtores, entre outros temas relevantes.

Para 2009, Rocha prevê que a produção no Mercosul será menor e o estoque de passagem do Brasil será mais ajustado. Ele também destacou que o produtor gaúcho tem disponibilidade de R$ 500 milhões em EGFs no Banco do Brasil, para financiar a comercialização no começo da safra, enxugando a oferta e diluindo o pagamento dos seus compromissos. A solenidade oficial de abertura da colheita ocorre no sábado com a presença da governadora Yeda Crusius, que deverá anunciar a liberação de R$ 27 milhões para o orçamento do Irga, o maior dos últimos tempos.

A Massey Ferguson, patrocinadora do evento, levará para Cachoeirinha a tecnologia das colheitadeiras e disponibilizará uma área de test drive junto à lavoura onde será feita a colheita na presença de autoridades e lideranças do setor por uma colheitadeira modelo MF 5650. A marca mostrará equipamentos destinados à lavoura de arroz, com destaque para a nova Série MF 7100, e agricultura de precisão na cultura do arroz.

Governo estuda medidas para garantir recursos na safra 2009-2010

Ainda sem saber se as tradings voltarão a emprestar dinheiro para os agricultores na safra que começa a ser semeada em setembro, o governo já avalia as alternativas para garantir crédito para o setor agrícola. Uma das opções em estudo é manter a chamada exigibilidade bancária nos níveis atuais de 30% para os depósitos à vista e de 70% nos depósitos a prazo.

Antes do agravamento da crise financeira internacional, em setembro passado, a exigibilidade era de 25% e 65% respectivamente. A elevação foi a alternativa encontrada pelo governo na época para garantir crédito ao campo num cenário de escassez de financiamentos. Se mantidos os atuais percentuais, o governo acredita que o Banco do Brasil (BB) poderá elevar o financiamento ao setor agrícola em 20% na próxima safra, previsão que já circula entre os técnicos encarregados de discutir as regras do plano de safra, conjunto de medidas para o setor rural anunciadas pelo governo no primeiro semestre de cada ano.

Principal financiador do agronegócio, o BB liberou R$ 20,594 bilhões em crédito para a agricultura familiar e empresarial entre julho de 2008, primeiro mês do ano-safra, até fevereiro de 2009.

O crescimento foi de 29%. Técnicos do governo que discutem as diretrizes do plano avaliam que o BB ainda tem fôlego para ampliar a oferta de crédito para o setor agrícola. Eles lembram, no entanto, que o BB não tem força para substituir todo o volume financiado pelas tradings. Para estancar o rombo, acreditam, o governo precisa ampliar a oferta de crédito em outras linhas, especialmente naquelas oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).

Ontem, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que, apesar de a equipe econômica do governo ainda não ter definido o valor do financiamento público da safra 2009/2010, a expectativa é que o valor varie entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões. Na safra 2008/2009 o financiamento foi de R$ 78 bilhões, sendo R$ 65 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 13 bilhões para a agricultura familiar.

Stephanes também afirmou que outras medidas devam ser tomadas.

– Com a crise, vamos ter que atuar mais forte em outros instrumentos – afirmou ele, referindo-se a investimentos na comercialização da safra.

– O fortalecimento das cooperativas é uma ideia presente porque pode substituir outras formas de financiamento – disse o ministro.
Além do reajuste do preço mínimo em até 20%, conforme anunciado nesta semana, o governo estuda financiar o ingresso dos produtores rurais no mercado de venda futura, o que protegeria o valor da produção agrícola de oscilações bruscas de preços.

O subsídio aos mecanismos de mercado futuro poderia ser feito a exemplo do que acontece com o seguro rural. O assunto está na mesa de negociações sobre o novo Plano de Safra, que será anunciado pelo governo em junho.

Também está em negociação a adoção de um cadastro único para o setor agrícola. Hoje, em geral, o produtor tem financiamentos no banco e pede adiantamento com as tradings, o que eleva muito o risco da atividade. “O produtor acaba assumindo um risco que vai muito além do que ele pode. É preciso centralizar as informações sobre as operações financeiras”, explicou um técnico. A criação de um cadastro único depende da formalização da atividade, etapa que, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), só será aceita se houver desoneração tributária.

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