Estoque alto e consumo baixo derrubam valor do arroz em Santa Catarina
Segundo a Epagri/Cepa, a saca de 50 quilos de arroz foi comercializada a R$ 21,40 em fevereiro deste ano.
A saca de arroz alcançou em fevereiro o menor preço dos últimos 11 anos em Santa Catarina, atingindo oito mil agricultores, responsáveis por 9,2% da produção nacional. Entre os principais problemas estão o menor consumo do cereal, e os grandes volumes de arroz ainda estocados. Os dados são do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa), da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Estado (Epagri-SC).
Segundo a Epagri/Cepa, a saca de 50 quilos de arroz foi comercializada a R$ 21,40 em fevereiro deste ano. Em algumas regiões esse preço é ainda menor e chega a R$ 20. O relatório da entidade aponta uma redução constante do valor da saca de arroz desde 2008. "Nos últimos 11 anos, os preços oscilaram entre o valor máximo de R$ 48,63 em fevereiro de 2004 e o mínimo, de R$ 20,70 em maio de 2006", afirmou Luiz Marcelino Vieira, economista da Epagri/Cepa.
Vieira diz que o baixo preço pago aos produtores aponta para uma crise no setor. Dados de 2008 indicam que o arroz é responsável por 3,5% do Valor Bruto da Produção (VBP) catarinense. "É um valor considerável", afirma.
Ele considera também que uma crise no setor pode ter reflexos sociais importantes, já que 64% do arroz produzido em Santa Catarina é proveniente da agricultura familiar. "O preço hoje vem decrescendo. No momento, a saca está sendo comercializada a R$ 20 e R$ 21,6. Este valor é 30% menor do que o valor visto em março do ano passado, e 19,5% abaixo do preço mínimo da safra, que é de R$ 25,3 a saca", diz.
O estado catarinense é o segundo maior produtor de arroz do País, com uma fatia de aproximadamente 10%, contra os quase 70% do Rio Grande do Sul.
A previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a região é de uma produção de 1,053 milhão de toneladas, plantadas em 151,7 mil hectares. Entretanto as chuvas que castigaram culturas como a soja e o milho, também atrapalharam as colheitas do arroz no estado. "Devido ao excesso de chuvas no estado, as lavouras foram atingidas e tiveram perdas de produtividade, alterando essa previsão inicial de colheita. Devemos ficar em torno do 1,040 milhão de toneladas", disse Vieira. "As perdas não chegam a 5% da produção e devem continuar assim a menos que as chuvas voltem", acrescentou.
Santa Catarina, que já colheu aproximadamente 44% da sua safra, começa a encontrar problemas para estocar a nova safra, dado que grande parte da produção anterior ainda se encontra nos armazéns do estado. "Ainda estamos com dificuldades para vender o arroz da safra passada estocada, para guardar a atual. Com isso, os produtores estão vendendo o arroz a preços muito baixos".
A queda do consumo também foi colocada como um dos fatores que pode influenciar a queda do preço do arroz. Analisando os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, os técnicos da Epagri/Cepa perceberam uma redução significativa do consumo de arroz no Brasil: passou de cerca de 30 quilos por pessoa ao ano em 1985 para 14,6 quilos por pessoa ao ano em 2010. "Já que a redução aconteceu em todas as regiões e em todas as faixas de renda, parece claro que deve ser atribuída a uma mudança de padrão de consumo, de hábitos alimentares, com menor ingestão de carboidratos e maior de gorduras e proteínas", diz Ilmar Borchardt, analista de mercado do Cepa.
Os analistas da Epagri/Cepa consideram que, após atingir excelentes níveis de produtividade, as entidades devem repensar seus limites, bem como a otimização da produção e dos mercados. "É necessário que se repense a produção nacional, uma vez que o consumo é decrescente e, mantidas as condições atuais, a produção brasileira não encontrará mercados", diz Borchardt.
9 Comentários
mesmo com as novas medidas emergencias o preço segue baixando.
Essas medidas emergenciais talvez produzam resultados a médio e longo prazo (de agosto em diante), lá quando já tivermos dado 70% de nossa produção para a indústria. Até lá a indústria já garantiu o estoque necessário. Se trancassem as importações hoje, o dólar subisse para R$ 1,80/1,90 e o governo adquirisse todo mês 300 mil toneladas, ainda assim a indústria não manifestaria interesse em comprar arroz nesse momento. Por isso não canso de repetir, esse será o ano da degola, o ano em que veremos a real face de nossos parceiros (as indústrias e o governo). Se eles estão dispostos a dividir seus lucros ou matar a galinha dos ovos de ouro. Enquanto isso o preço cai vergonhosamente, e vai cair mais se medidas de impacto não forem tomadas…TE MEXE MUITO MAIS ARROZEIRO!!!
Complicado demais!!! Arroz Caçarola da Coperja maior cooperativa de SC vendendo arroz a R$ 32,00 o fardo CIF MANAUS é pra destruir com qualquer mercado!!!
Botando pra fora… é isso ai Catarinada
CAROS AMIGOS DA EPAGRI
PEÇO ESPECIAL FAVOR , DE RESPEITAREM UM POUCO O MEU NEURÔNIO QUE AINDA TEIMAEM PERMANECER EM ATIVIDADE ……………CONSUMO DE ARROZ NO BRASIL DE 14,6 KG/PESSOA/ANO……(matéria em anexo)..É NO MINIMO UM DEBOCHE MATEMÁTICO…………….ISSO SIGNIFICA UMA EQUAÇÃO QUE SÓ VOCES SABEM FAZER .ONDE ESTÁ O ARROZ DO BRASIL ?????PELOS NUMEROS DE VOCES 14,6 KG/PESSOA/ANO X 190.732.694 HABITANTES = 2.784.697 TONELADAS DE ARROZ BENEFICIADO………..E ONDE ESTÃO AS 5 MILHÕES DE TONELADAS RESTANTES ???? ORA, NÃO SUBESTIMEM TANTO NOSSA CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR COM TAMANHA BARBÁRIE DE NOTICIA . COM QUE INTERESSE…………..E A SERVIÇO DE QUEM ESTAS INFORMAÇÕES TENDENCIOSAS SÃO VEICULADAS ??????? DIZER QUE O ALIMENTO MAIS CONSUMIDO NO MUNDO NÃO TEM MAIS VALOR AGORA ?????? PAREM COM ESTA CAMPANHA ESTÚPIDA CONTRA O ARROZ ………..E SE QUISEREM FAZER ALGUMA CONTA MAIS OU MENOS CORRETA , É DIVIDIR 7.5 MILHÕES DE TONELADAS DE ARROZ BENEFICIADO, CONSUMIDAS NO ANO PASSADO (IBGE………CONAB………..FAO……………USDA) DIVIDIDOS PELA POPULAÇÃO BRASILEIRA (IBGE) 190.732.694 = 39,32 KG/PESSOA/ANO………SÃO NUMEROS FORNECIDOS POR ENTIDADES OFICIAIS……………OBRIGADO PELA ATENÇÃO…………E VAMOS VER COM MAIS CUIDADO ESSA HISTÓRIA DE DIMINUIÇÃO DO CONSUMO………..ARROZEIROS………INDUSTRIA……….MERCADO……….. GOVERNO E CONSUMIDORES ……………….CADA UM FAZENDO SUA PARTE ……LEOCARLOS GIRARDELLO ………PRODUTOR DE ALIMENTO….SÃO SEPÉ…..RS
Concordo com o Girardello, qual a base de informação que a Epagri/Cepa, esse DCI de São Paulo e o Planeta Arroz utilizaram para divulgar tal notícia? É no mínimo um deboche esse número!!
O cálculo é simples para nosso consumo anual: 12 milhões de toneladas x 60% (coeficiente de rendimento de arroz descascado para arroz com casca) = 7,2 milhões de toneladas / 190 milhões de brasileiros = 38,00 kgs por pessoa por ano. Isso se considerado que exportamos tudo o que importamos, o que não ocorreu no ano passado, então podemos concluir que é consumido mais de 40 kgs por pessoa por ano no Brasil. Do contrário as estatísticas não fecham ou tem arroz evaporando por ai!!! vai ver os chopinse as marrecas tão atacando os depósitos…14 kgs é o que uma pessoa normal consome em 3 meses…Estamos no Brasil…A nossa comida principal ainda é o arroz com feijão e, não o hamburger como é nos EUA!!! Lamento essas notícias tão nocivas ao nosso setor…Se fossem verdadeiras estariamos produzindo três vezes mais do que consumimos neste país!!! Parem com isso tchê…
com relaçao ao PEP, é incrível, como é que governo juntamente com a Conab, Diminuem o premio do Pep? no último leilão o premio oferecido era de R$ 5,65 p/ saco, no aviso 086 que começa o premio a ser regionalizado, para a reiao 1 o premio ficou em R$ 5,62 e pra regiao 2 o premio ficou r$ 4,81 dessa forma O GOVERNO NÃO ESTÁ AJUDANDO a setor arrozeiro, tem que manter o premio p/ regiao 2 de R$ 5,65 e aumentar o da regiao 1 p/ no minimo r$ 2,50 p/ saco p compensar a distancia ( frete até o porto), O RESULTADO DISSO NOS JÁ SABEMOS, É PROVAVEL QUE NAO HAJA INTERESSE DAS INDUSTRIA EM PARTIPAR DO LEILAO, CONSEQUENTEMENTE O PREÇO PODERÁ CAIR´, INCLUSIVE ESTA MUITO COMPLICADO P/ INDUSTRIA RECEBER OS PREMIOS ANTERIORES .
Como eu havia previsto ontem, esta ai p/ver, o GOVERNO JUNTO COM A CONAB, tem que aumentar o PREMIO DO PEP para a Regiao 1 para viabilizar a logistica até o porto de rio grande, e da Regiao 2 com a DIMINUIÇAO DO PREMIO P/ R$ 0,962 diminuiu o INTERESSE P/ MENOS DA METADE, a matemática não fecha, e por outro lado a Conab. tem que agilizar o pagamento dos PREMIOS ANTERIORES PARA AS INDUSTRIAS, O MERCADO ESTA FALTA DE LIQUIDEZ E O PREÇO DO ARROZ CONTINUA CAINDO.
E O PEPRO, QUANDO VAO NOS LIBERAR ?
Arroz a R$ 13,00/ 1,63 = U$$ 7,98 é acho que abaixo disso não deve vir…
Ta loco, Quero saber quem vai pagar a conta?