Estoques mundiais em alta

Produção internacional aumentou para 2012/13
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Os estoques mundiais de arroz deverão alcançar um patamar recorde em 2012/13, chegando a 151,5 milhões de toneladas (base beneficiado), com um incremento de 8% sobre as 140,7 milhões de toneladas produzidas em 2011/12. Este volume estratégico alcançará o equivalente a 32% do consumo anual do planeta, o que é significativo e manterá os preços internacionais estáveis, mas sujeitos às estratégias de comercialização dos países importadores e exportadores.

A expectativa é da Agência da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Em 2011/12, o volume de armazenagem internacional já havia crescido, uma vez que em 2010/11 a disponibilidade era de 134,7 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados pelo relatório mensal InterArroz , publicado em abril pelo analista internacional Patrício Mendez del Villar, do Centro de Cooperação Agrícola para o Desenvolvimento Internacional (Cirad, na sigla em francês), de Montpellier, na França.

Este aumento nos estoques está diretamente associado ao avanço de 3% da produção mundial, que em 2011 alcançou 721 milhões de toneladas em base casca (480,8 milhões de toneladas em beneficiado), contra 700 milhões em 2010. Mendez del Villar informa que as safras aumentaram em quase todas as regiões arrozeiras do mundo graças a uma expansão da área de cultivo, que alcançou 164 milhões de hectares.

“O aumento se concentra nos principais países produtores da Ásia, especialmente China, Índia e Indonésia, os quais representam o equivalente a quase dois terços da produção mundial”, destaca o analista.

Ele também lembra que, contrariando a expectativa inicial, em 2011, o comércio mundial avançou 11,5% e chegou a um volume recorde de negócios de 35,1 milhões de toneladas, contra 31,5 milhões de movimentação internacional em 2010. O Brasil participou com 2 milhões de toneladas, ou o equivalente a 5,7% do comércio mundial.

Como no ano passado, os analistas internacionais, a FAO e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) consideram que o comércio internacional deve cair 5,5%, para 33,2 milhões de toneladas, em função de uma queda na demanda por produto asiático. “A maior produção em países importadores da Ásia deverá reduzir a compra externa”, avalia Patrício Mendez del Villar. Ele lembra que a disponibilidade exportável dos principais países produtores segue amplamente suficiente para atender a demanda mundial.

ÁFRICA
Para o analista do Cirad, os principais clientes do arroz brasileiro manterão o interesse em 2012/13, pois mais uma vez as colheitas no continente africano serão insuficientes para abastecê-lo, principalmente nos países do Sahel. “A instabilidade política em Mali, um dos principais países produtores de arroz da sub-região, depois da Nigéria, põe em perigo as disponibilidades regionais de grãos. Consequentemente, esta situação pode estimular as importações de arroz, previstas em 10 milhões de toneladas, ou um terço das compras mundiais”, prevê.

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