Estudo apresentado pela Farsul revela disparidades em custos de produção no Mercosul

 Estudo apresentado pela Farsul revela disparidades em custos de produção no Mercosul

Estudo foi apresentado pelo economista Antônio da Luz –

O custo de se produzir grãos no Brasil chega a ser em média 79% mais caro que o custo argentino e 32% mais oneroso que o custo uruguaio.

Os produtores brasileiros pagam, em média, 86% mais caro por insumos em virtude da carga tributária e burocracias associadas à importação de máquinas, fertilizantes, defensivos e demais produtos necessários para a produção. O resultado é uma competitividade reduzida tanto no mercado doméstico quanto nos mercados internacionais, conforme um estudo apresentado pelo Sistema Farsul. O levantamento, apresentado nesta quarta-feira (25), na sede da Federação, revelou disparidades entre os custos de produção agrícola no Brasil e em outros países do Mercosul. Também foi revelado o peso da carga tributária que incide sobre os bens de produção no país, situação que poderia ser corrigida com a abertura do mercado.

O custo de se produzir grãos no Brasil chega a ser em média 79% mais caro que o custo argentino e 32% mais oneroso que o custo uruguaio. O peso dos impostos, somado à queda nos preços das commodities, vêm causando redução no lucro do produtor. As dificuldades de adquirir insumos do exterior agrava ainda mais a situação que já causa o aumento do desinteresse do produtor pelo trigo. O presidente da Comissão do Arroz da Farsul, Francisco Schardong, alerta que a manutenção desse quadro pode causar, em breve, impactos no cultivo do arroz. “Os resultados de safra que temos este ano são graças ao empenho do produtor de buscar cada vez mais a produtividade. Mas estamos enfrentando uma situação de safra cheia e bolso vazio.

O produtor vem diminuindo cada vez mais a sua margem e está vendendo até abaixo do custo de produção para poder sobreviver.”Segundo o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, a competitividade do produtor brasileiro é prejudicada pelas dificuldades impostas na importação. Enquanto argentinos e uruguaios podem adquirir insumos a preço de mercado internacional, no Brasil a compra de máquinas e equipamentos e outros produtos sofre uma série de restrições para proteger a indústria brasileira.

As requisições de inspeções e liberações de departamentos técnicos, além da incidência de taxas, impostos de importação, PIS/Cofins, ICMS são mecanismos que fecham o país para a livre concorrência. Da Luz esclarece que uma das soluções seria remover os entraves burocráticos para que os produtores brasileiros consigam diminuir os seus custos de produção ao acessar produtos nos mercados que tiverem as melhores ofertas.

Foram analisados ainda os tributos que incidem sobre insumos, serviços agrícolas, manutenção e distribuição e colheita em quatro culturas. O estudo concluiu que o maior peso está na produção do arroz, já que os impostos para o cultivo deste grão representam 30,26% do custo total. Na sequência vem o milho (27,10%), soja (27,05%) e trigo (26,21%). A categoria de manutenção e distribuição representou uma das etapas com o percentual mais alto de taxas, com 38,7% no caso do arroz e 35,83% no do milho.

Na fase da colheita, os tributos representam 35,83% do custo de produção em todas as culturas analisadas. Ao analisar o caso de produtos específicos, como máquinas agrícolas, o estudo revela que o preço cobrado por estes equipamentos poderia ser reduzido em um quarto se houvesse isenção de impostos para bens de capital, a exemplo do que ocorre em outros países. Já os adubos, fungicidas e pesticidas poderiam ser diminuídos 20%.

O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Guinter Frantz, participou da apresentação do estudo representando o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo.

(A íntegra da nota técnica pode ser baixada em nossa área de downloads). 

14 Comentários

  • Ala puxa tchê… Levaram só uns 25 anos para se dar conta !!! Um toyota corolla 2017 custa R$ 48.000,00 no Chile… Aqui pedem R$ 118.000,00… O nosso é produzido na Argentina… O deles nos Americanos… O problema do Brasil se chama TRIBUTOS… Enquanto não fizerem uma reforma tributária e administrativa nesse país… Enquanto não tirarem esse bando de corruptos e ladrões de Brasília a coisa não vai mudar !!! Eu nunca gostei do Mercosul… Prá nós produtores aqui no Sul nunca foi vantajoso… É bom para a indústria e comércio… Mas para a nossa agricultura sempre foi tufo !!! tufo!!! soja na varzea… El Nino e La Nina mesclados… Ano espetacular para a soja!!! #somostodosbolsonaro…

  • É bom que seja apresentado esse estudo mesmo, quando eu falo que o produtor esta com o pensamento errado ao achar que a indústria é culpada por tudo, é ao contrário a indústria sofre dos mesmos males, ou seja, uma carga tributária desleal inserida em seus custos. Pode ser que agora os aspones caiam na real e comecem a dirigir seus comentários para o lado certo. Bom dia a todos!!!!

  • Seu Alexandre, ano passado nessa época eu vendi meu arroz a R$ 52… Esse está valendo R$ 34 e a indústria não quer nem comprar… Lá se vão 18 pilas de diferença prá baixo, entretanto lá no mercado o preço ao consumidor não baixou, pelo contrário algumas marcas famosas estão vendendo o pacote de 5kg a R$ 21… A indústria mina o mercado com os chamados plantadores de CPRs que plantam só pela bóia e inundam o mercado de arroz para que os produtores independentes não possam regular o mercado… É essa mesma indústria que importa milhões de toneladas de arroz de origem fitossanitária duvidosa para saciar o varejo do centro do país com arroz barato e alimentar as classes mais pobres… Então seu Alexandre e até gostaria de lhe dizer outras coisas, adjetivar, mas como esse espaço é para pessoas tolerantes e educadas vou declinar… A indústria não é Santa, mas também não deve ser culpada por tudo… Bancos, Governo, Sindicatos e tantos outros também a sua parcela nessa crise…#2018somostodosbolsonaro

  • Sr. Flavio esse numero nao existe de fardo de arroz, podes ter visto num canto de supermercado,marca que nao vende e nao rebaixou preço, pura excessão. interior de são paulo o fardo esta sendo vendido por 7,49 no supermercado, e nao é essas marcas aventureiras ai do sul nao, que vendem de vez em quando, e entregam porcaria, é marca aqui de são paulo, arrozeira famosa da região de santa cruz do rio pardo.

  • Seu João basta o Sr. olhar a tabela de preços ao consumidor nesse semanario. Está ali seu João estou inventando. Semana passada fui ao mercado aqui em Santa Maria e paguei por 5kg do Prato Fino o valor de R$ 19,00… Marcas como Camil e Tio João tipo 1 estão nesse mesmo patamar… E não estão perdidos num canto de prateleira não… São os mais vendidos sempre… O arroz está tão barato que o pessoal está comprando a “picanha” do arroz que conhecemos por variedades nobres… Agora concordo que inundando o país de arroz barato e duvidoso do Paraguay o varejo tem condições de colocar “pixuᔠbem mais barato, arroz esse que antigamente dava tipo 3 ou arroz prá cachorro… Basta olhar nesses mercadinhos mundo a fora e veremos os barriga branca, quirera misturada, grãos de vermelho e preto misturados… Mas arroz de marca e qualidade não baixa de 19 a 21 reais aqui em Santa Maria…

  • Bom dia Srs.
    Trabalho com o representante há vários anos, leio diariamente as noticias do Planeta Arroz, e também os comentários.
    Vejo um debate de produtores,corretores e indústrias e não consigo entender!
    Tá ruim para quem produz,ta ruim para quem correta,ta ruim para industria?
    Podem ter certeza, tá ruim para todos e para o representante também!
    Marcas e Marcas vendendo aqui na região de Ribeirão Preto $ 50,00 o fdo. vindo ai do Sul. como faz essas contas? fretes, impostos,embalagens, comissão de vendas e etc. Desculpem minha ignorância, mais não exite mágica alguém está ganhando, porque se não estivesse , uma boa parte já estariam quebrados.
    Abraço a todos!

  • A essência do problema do arroz é, sem sombra de dúvida, a rentabilidade.
    E para tanto devemos ter presentes três aspectos importantes para que possamos avaliar a eficiência do negócio arroz – e isto serve para toda a cadeia: Custos Fixos, Custos Variáveis e principalmente, Custos de Competitividade Nacional e Internacional. Tanto que o Brasil, mesmo com toda esta enormidade de área disponível, concentrou sua maior produção aqui no RS. O que poderia ter determinado esta situação, seria por influência política? Eu entendo que não. Apenas em razão de condições naturais da região e por termos uma demanda interna de consumo expressiva. Sofremos muito com a concorrência interna em razão das diferenças tributárias entre os estados, logística, terras mais baratas em razão de políticas para desenvolver novos eldorados, enfim, tantas outras razões, mas sobrevivemos a muito custo e muito trabalho e carregando endividamentos até os dias de hoje.
    Depois vieram outros concorrentes com o advento do Mercosul, como a Argentina, depois o Uruguai e agora o Paraguai – e todos eles produzindo com o foco no consumo brasileiro. Mas o pior é que mesmo com grandes vantagens tributárias, na compra de seus insumos, como máquinas, peças, energia, fertilizantes e defensivos, também se beneficiam na hora de exportar uma vez que seu consumo interno é insignificante. Temos muitos outros agravantes desta CONCORRÊNCIA DESLEAL, que sãos os AGROTÓXICOS, que se não forem fiscalizados pelos órgãos públicos podem ser altamente nocivos à população. Aqui no Brasil, temos uma fiscalização rígida, como deve ser. Mas na Argentina, Uruguai e Paraguai, não. Razão de serem muito mais baratos que os nossos. Nós, produtores brasileiros, não podemos usar esses produtos ou similares aos deles, pois a fiscalização brasileira não permite por uma questão de SAÚDE PÚBLICA, e com toda a razão. Já os Produtores Argentinos, Uruguaios e Paraguaios podem. E pasmem, esse arroz eles enviam para o povo brasileiro consumir. Aí pode. Isto é muito injusto para uma classe que trabalha sério, produz um arroz de alta qualidade, que gera riquezas e empregos.
    Resultado preocupante é que faz bem pouco tempo esta COMPETITIVIDADE DESLEAL com o Mercosul, quebrou as lavouras de arroz do Centro Oeste do Brasil, tanto de Arroz Irrigado como também as do Sequeiro, chamadas de TERRAS ALTAS, e poucos se indignaram. E agora, neste momento, se nada for feito, pode haver uma nova quebradeira na lavoura arrozeira do RS e SC E COM CONSEQUÊNCIAS INIMAGINÁVEIS E IRREVERSÍVEIS PARA ESTA REGIÃO QUE TEM NO ARROZ O MAIOR SUSTENTÁCULO DE NOSSO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL.
    Não consigo ver a nossa Metade Sul, sem o cultivo do arroz irrigado.
    O meu desabafo, além de ser legítimo é de alerta a todos os cidadãos, aos políticos e principalmente aos dirigentes de classe, pois o gargalo que pode afetar a renda do produtor e com isto desencadear um desastre econômico da Metade Sul é, sem sombra de dúvidas, a COMPETITIVIDADE DESLEAL COM O MERCOSUL. E de nada adianta o incentivo a diminuir áreas, pois com certeza o Paraguai, Uruguai e Argentina, bem como talvez até outros países, produzirão ainda mais para atender a nossa demanda.
    A nossa luta é uma só. A competitividade desleal com os países do Mercosul. E para isto, temos que planejar ações de mobilizações de entidades representativas da sociedade organizada, políticas, político-classistas e porque não, até judiciais. Mesmo que tenhamos que fazer tudo de novo. Até porque o problema de ontem é o mesmo de hoje.
    Pedro d’Alcântara Monteiro Neto
    Produtor de arroz

  • Colegas Produtores.
    A politica do tudo pelo social, acredito que acabou.As benesses que o Brasil deu para os países da América do Sul e Central, em troca de um Status de poder bolivariano e as benesses com relação ao Mercosul , só trouxeram prejuízo aos brasileiros .Mas agora chega.Rumo a um estado minimo Governo liberal.Global.Que prioriza a livre iniciativa , a criatividade, a inovação e acima de tudo a competitividade lúcida , inteligente e JUSTA, tanto nacionalmente como internacionalmente .Os tratados são contratos , que pode e devem ser revistos.O que não pode , alguém ter prejuízo e ficar calado. Vamos rever sim esses acordos , sob pena de ver a metade sul do estado sucumbir, sem que nada seja feito.

  • Meu amigo Pedro teu comentário está perfeito. É bem isso que está ocorrendo meu colega. Agora dizer que a industria nao está ganhando dinheiro como relatou não procede. Tem industriais aqui no sul comprando terra, jogadores de futebol, expandindo o imobilizado colocando silos e secadores as pencas, importando milhares de toneladas de arroz paraguaio para depois entupir o centro do país com arroz barato… O que falta para nós é um governo comprometido com as politicas do setor, agencias que regulem a concorrencia predatoria e desleal, profissionalizacao dos produtores, reforma tributaria, reforma trabalhista e juros mais barato!!!

  • E vai continuar barato na gondola. No RJ uma empresa média do RS pagou meio milhão para entrar em uma rede. O negócio de 100 mil fardos custou R$ 41,00 na planilha de vendas. Arroz a R$ 7,99 também no RJ por um bom tempo…. HAJA VELA PARA REZAR !!!!!

  • No nordeste tem empresa de SC vendendo arroz a R$ 48,00 posto no interior da PB, AL, RN e para todo mundo. Arroz KIKA é o nome. Vamos pedir ao pessoal para nós explicar a mágica da multiplicação do arroz na indústria dele….

  • Arroz de Santa Cruz do Rio Pardo é arroz do Paraguai. Por isso os preços baixos. Fora isso tem muita marca de SC que esta abarrotando o mercado de arroz para não ocorrer aumento do custo do casca. OLHO VIVO….

  • Perfeito Pedro, conseguistes colocar com total perfeição, tudo aquilo que sinto, penso e venho tentando, insistentemente, demonstrar para os formadores de opinião, a muito tempo. Acho que devemos, sim, promover uma mobilização nos meios políticos, entidades classistas e judiciais, com a máxima urgência, para tentar salvar nossa terra e nossa gente e, com este propósito, temos OBRIGAÇÃO. Podes contar comigo, existem muitos interesses alheios ao problema real e somente com união poderemos superar tudo. Um grande abraço!!!

  • Muito bem expressado, Seo Pedro, os anseios da classe arrozeira.Parabens!

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