Estudo avalia sustentabilidade da produção de arroz irrigado gaúcho

 Estudo avalia sustentabilidade da produção de arroz irrigado gaúcho

Araújo: uso correto da tecnologia

O estudo concluiu que a associação dos sistemas Clearfield e Condessa de produção são mais sustentáveis se comparado à média histórica do Rio Grande do Sul.

O diretor-presidente da Fundação Espaço Eco, Roberto Araújo, apresentou, na manhã desta quinta-feira (22), aos integrantes da diretoria e da Comissão de Recursos Hídricos e Meio Ambiente do Conselho Deliberativo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), os resultados de estudo sobre sustentabilidade na cadeia do arroz.

O trabalho foi realizado em parceria com a Basf e a Fazenda Condessa, propriedade localizada em Mostardas, litoral Norte do Estado, do produtor Geraldo Azevedo, que utiliza boas práticas de manejo associadas ao sistema Clearfield da Basf, e avaliou os impactos sociais, econômicos e ambientais na produção do arroz irrigado.

Este estudo deu origem a livro que está disponível no site da Fundação (www.espacoeco.org) que relata dez casos de sucesso em sustentabilidade, entre eles o da Fazenda Condessa.

Segundo Araújo, a partir de duas safras 2004/2005 e 2012/2013, da Fazenda e do Estado foi feita uma comparação com a evolução da sustentabilidade e a média de produção de uma saca de 50 quilos nestas duas safras.

“O arroz é um alimento importante na dieta dos brasileiros e quando se busca a adoção de boas práticas de manejo da energia, água, emissão de gases do efeito estufa, melhoria na vida das pessoas, todos ganham com isso”.

A Fundação Espaço Eco é uma organização sem fins lucrativos que tem como missão promover o desenvolvimento sustentável no ambiente empresarial e na sociedade. Em 10 anos, já realizou projetos para mais de 20 grandes empresas e 23 cooperativas agrícolas, além de parcerias com mais de 20 organizações de diversos setores.

Ao levar em conta os três pilares da sustentabilidade (econômico, social e ambiental), o estudo demonstrou conquistas entre a associação das boas práticas da fazenda com o sistema Clearfield.

Do ponto de vista econômico, avaliou-se que o custo de produção e produtividade, considerando o Sistema Clearfield Condessa tem custo 15% menor e uma produtividade 6% maior comparado à média do Estado, na safra 2012/13.

Na ótica ambiental, a avaliação do consumo de energia identificou que o Sistema Clearfield e Condessa consome 14% menos energia (em todo ciclo de vida) comparado à média do RS, na safra 2012/13. A economia de energia na irrigação (dentro da fazenda) é de 6% comparada ao consumo das fazendas do Estado.

Em relação ao consumo de água, o sistema consome 6% menos água (em todo ciclo de vida) se comparado a média do Estado na safra 2012/13. A economia de água na irrigação (dentro da fazenda) é de 16% comparado ao bombeado nas fazendas do Estado. A redução potencial do consumo de água equivale a dois anos de abastecimento da cidade de Porto Alegre.

Ao avaliar a emissão de gases de efeito estufa, o mesmo modelo emite 13% menos gases de efeito estufa (em todo ciclo de vida) se comparado a média do Estado do RS na safra 2012/13. Este fato deve-se ao modelo de plantio adotado na fazenda: Cultivo mínimo.

Quando a área do arroz é alagada, o impacto de degradação da matéria orgânica é menor que em outros modelos convencionais. Por fim, o modelo consome 7% menos área (em todo ciclo de vida) comparado a média do Estado RS na safra 2012/13 ao avaliar-se o uso da terra.

Quanto ao pilar social, a fazenda apresentou desempenho superior à média do Estado do Rio Grande do Sul. Com relação ao número de acidentes de trabalho, por exemplo, a fazenda está há oito anos sem registro de acidentes.

Considerando toda a pré cadeia, o número de acidentes foi 95% menor na safra 2012/13. Além disso, a fazenda apresentou salários e remunerações 20% superiores para seus funcionários, quando comparada à média do Estado no mesmo período.

O estudo concluiu que a associação dos sistemas Clearfield e Condessa de produção são mais sustentáveis se comparado à média histórica do Rio Grande do Sul.

“O uso correto da tecnologia, associada a outras boas práticas agrícolas da fazenda, foram importantes para esse desempenho e podem ser disseminadas para outras propriedades, o que trará benefícios a toda cadeia agrícola”, avalia.

Ainda foi possível traçar cenários hipotéticos, considerando os benefícios ambientais gerados caso todo o Rio Grande do Sul tivesse a mesma eficiência da Fazenda Condessa. Em relação à água, o volume economizado em todo o Estado alcançaria 412 bilhões de litros, quantia equivalente ao consumo da cidade de Porto Alegre ao longo de dois anos.

No uso da terra, os produtores gaúchos usariam 60 mil hectares a menos do que atualmente. Já no consumo de energia, a estimativa de redução ficaria em torno de 990 milhões de kWh (o que corresponde ao uso de 330 mil residências em um ano).

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter