Estudo da discórdia
Conab superestima safra gaúcha e tema recebe o repúdio
O primeiro levantamento da safra de grãos de verão divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deu o que falar. Previa 988 mil hectares semeados, produtividade de 8.356 quilos por hectare e a produção total de 8.255,2 toneladas no Rio Grande do Sul, com aumento de 15,3% sobre o ano passado. A estimativa para a área gaúcha foi 60 mil hectares, ou 6,1% maior que o previsto pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) (928 mil hectares).
A diferença levou a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e a Federação da Agricultura e Pecuária (Farsul) a publicarem nota de repúdio aos dados divulgados, afirmando que, inflados, os números geram insegurança ao setor e pressão sobre as cotações. “Um absurdo apresentar números com a realidade distorcida”, afirmou o presidente da Federarroz, Alexandre Velho.
A Conab, por sua vez, divulgou nota reconhecendo que os números estavam defasados e eram referentes, ainda, à intenção de plantio anterior a dezembro. A expectativa da cadeia produtiva é de que o levantamento divulgado em fevereiro corrija as distorções e apresente área similar à divulgada pelo Irga. A Conab procurou o instituto gaúcho para ampliar as tratativas para um convênio de cooperação na elaboração dos estudos e estimativas quando se tratar de arroz no Rio Grande do Sul.
No Brasil, a Conab projetou, em janeiro, área total de 1,745 milhão de hectares, 8,5% maior do que na temporada 2023/24, e produtividade média 4,3% superior, chegando a 6,869 quilo/ha e, por fim, produção total de 11,986 milhões de toneladas. O avanço seria de 13,2%.