Estudo definirá ingresso de cargas do Mercosul

A pedido dos arrozeiros e por deficiência de pessoal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pode suspender fiscalização em Aceguá e Chuí. Ação preocupa setor e indica alta no frete. Quaraí e Itaqui já estão com a fiscalização sanitária sendo desativada.

Depois de desativar parcialmente o controle fitossanitário de cargas nos pontos de fronteira de Itaqui e Quaraí durante o dia de ontem, o Ministério da Agricultura (Mapa) anunciou que também pretende suspender as atividades em Aceguá e no Chuí. A proposta foi apresentada pelo superintendente federal do Mapa no RS, Francisco Signor, que aposta na concentração do trânsito de cargas agropecuárias para qualificar o controle sobre o ingresso de produção do Mercosul.

Apesar da suspensão, 12 dos 18 caminhões que chegaram ontem a Itaqui foram liberados pelos técnicos, que ainda trabalhavam no local. Segundo Signor, as cargas que já estão com destino certo ao país terão ingresso autorizado. ‘Nesses casos, a fiscalização continua.’

De acordo com ele, um grupo de trabalho integrando representantes técnicos dos governos brasileiro, argentino e uruguaio irá definir o que fazer com os inúmeros pontos de fronteira existentes entre os países. Com a desativação de Aceguá e Chuí, o ingresso de produtos será concentrado em Santana do Livramento e Jaguarão.

De acordo com o Mapa, dois pontos são suficientes para receber as mercadorias uruguaias. Em relação à Argentina, a idéia é manter entradas por Porto Xavier, São Borja e Uruguaiana. Contudo, Signor informa que, se o estudo confirmar a necessidade de reativação dos postos, as atividades serão retomadas. ‘Temos uma estrutura muito precária e buscamos qualificá-la’.

O anúncio preocupa importadores, transportadores e, principalmente, a Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI). Segundo Samuel Nebenzahl, secretário-executivo da entidade, o procedimento obrigará à utilização de rotas alternativas. A medida representará aumento de percurso e o conseqüente acréscimo nos custos de frete.

Pelo porto de Itaqui ingressam no país, fundamentalmente, produtos agrícolas como arroz, ervilha e trigo. Durante o ano de 2004, cerca de 4,8 mil caminhões cruzaram a fronteira pela localidade, sendo que 95% deles carregavam produtos agropecuários.

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