Estudos em cinzas da casca de arroz trazem alternativas de reaproveitamento
Além dessa utilização, estudos recentes destacam mais uma opção de reaproveitamento, agora com a sílica e as cinzas da casca de arroz.
A idéia de reaproveitamento dos resíduos de produtos agrícolas não é recente. Hoje ela se torna uma opção para agregar valor aos produtores. A casca de arroz, rejeito obtido durante o beneficiamento do grão já é utilizada na geração de energia através da combustão. Além dessa utilização, estudos recentes destacam mais uma opção de reaproveitamento, agora com a sílica e as cinzas da casca de arroz.
Segundo pesquisa do Departamento de Engenharia Química da Universidade de Santa Maria, realizada por Edson Luiz Folleto e colegas, as aplicações das cinzas da casca de arroz são variadas.
No estudo, os autores destacam que “a geração de energia através da queima da casca é praticável através do ponto de vista tecnológico, viável do ponto de vista econômico e ético do ponto de vista ecológico”, porque o carbono produzido na queima retorna para a biosfera terrestre.
Eles ressaltam que com utilização das cinzas da casca de arroz o aproveitamento do grão seria completo, fechando o que ele chama de “ciclo da industrialização do arroz”.
As cinzas geradas no processo de combustão da casca do arroz também são tema de estudo que analisa o processo de tratamento dessas sobras.
O estudo comparativo conduzido por Viviana Rossamai Della e outros pesquisadores do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) explica que a sílica existente na casca e na cinza da casca de arroz pode ser obtida através do tratamento físico-químico com soluções de diferentes ácidos em varias concentrações. O trabalho traz uma opção com procedimentos de lixívia ácida e tratamento térmico.
Della conclui na sua pesquisa que é possível obter a sílica a partir da casca de arroz e das cinzas da casca de arroz com pureza, superfície especifica e cor adequada para uso em outros materiais com procedimentos simples, o que resulta em ganhos comerciais a um produto que normalmente é descartado.
De acordo com o grupo de Folleto, a casca do arroz é o resíduo vegetal que mais produz cinzas quando queimado, a qual pode servir como matéria-prima para diversos materiais. Entre as alternativas estão a utilização em cerâmicas resistentes e componentes metálicos, representando uma fonte barata de silício. A produção de sílica pura e como carga de reforço em polímeros compostos de borracha natural, uso em concreto e como suporte de catalisadores metálicos são outras opções destacadas no estudo.
Sem queimar
A edição de maio da Revista Globo Rural trouxe uma outra pesquisa direcionada a sílica da casca de arroz sem a passagem pelo processo de queima. A pesquisa pioneira desenvolvida na Universidade de São Paulo pelo professor Milton Ferreira de Souza, do Instituto de Física, apresentou o aproveitamento da sílica na forma de agregados de nanopartículas, de tamanho igual a um milionésio de milímetro.
Segundo a reportagem, a sílica pode ser obtida de qualquer tipo de grão. Está presente em toda a estrutura do arroz, compondo 20% da sua casca. O valor de mercado estimado para a nanosílica de alta pureza possa chegar a 40 dólares o quilo, enquanto produto de especificações menos exigente deve ficar em dez dólares por quilo.
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Negocio nanosílica extraída da casca de arroz.
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