Etanol de arroz mais perto da realidade
Uso de excedentes em ração animal também é alternativa .
O presidente da Federarroz, Renato Rocha, acompanhado do diretor técnico, José Carlos Gross e Consultor em Agroenergia da entidade, Vilson Machado, participaram nesta quinta-feira (07/07) de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul para discutir o uso de arroz e resíduos na produção de etanol e derivados do álcool.
Segundo ele, o evento marcou a consolidação de propostas técnicas e políticas em torno do uso dos excedentes brasileiros de arroz como matéria-prima para projetos energéticos. Essa campanha começou em dezembro passado por iniciativa da federação. “Foi muito positivo ver que instituições como o Irga, Embrapa, Universidades, Secretaria Estadual da Agricultura, Ministério da Agricultura, através da Secretaria de produção e Agroenergia, Legislativo e Executivo Estadual e empresas privadas com grande interesse no tema e ainda desenvolvendo/apoiando projetos técnicos, tanto para produzir energia como para destinar a ração animal, os excedentes de arroz. A campanha iniciada pela Federarroz, no final de 2010, através do presidente do Conselho Consultivo, Valter José Pötter, se consolida com apoio técnico, setorial e político”, disse.
Renato Rocha destacou a recente declaração da presidente da República, Dilma Rousseff, em 05/07 em seu programa de rádio diário, afirmando que o governo federal através de um Grupo de Trabalho do Governo e entidades, apoiará o uso de excedentes da lavoura arrozeira para produzir etanol como forma de recuperar os preços do cereal. “São palavras muito importantes as da presidente Dilma. Demonstram que as idéias do setor estão sendo assimiladas e sem dúvida serão a salvação da cadeia produtiva do arroz. A Federarroz, juntamente com a Seappa e Irga, está subsidiando uma proposta para produção de etanol do cereal na Secretaria de Produção e Agroenergia do MAPA”, revelou.
RAÇÃO
Ainda de acordo com o presidente da Federarroz, Renato Rocha, outra iniciativa da entidade pelo uso alternativo do arroz, em meio a crise de preços, está obtendo grande respaldo dos governos. “Realizamos pelo menos cinco reuniões aqui no estado com a direção do Irga, Seappa e do próprio vice-governador, Beto Grill, tratando da destinação dos excedentes do arroz, do produto de menor qualidade e resíduos para produção de rações animais para outras cadeias produtivas, este programa envolverá pelo menos quatro tradicionais cadeias produtivas do estado: arroz, milho, aves e suínos, trazendo benefícios sociais e econômicos para estas e o estado, pois importamos grande volume de milho de outros estados para atender a demanda interna, transferindo ICMS e toda despesa da logística para outras regiões, recurso que poderia ficar no nosso estado”, informou.
Rocha antecipou que nos próximos dias a Conab fará um leilão de Pepro de arroz para ração. As tratativas do governo estadual sobre o tema poderão resultar em destinação de 1,2 milhão de toneladas de grão para ração de aves e suínos. “Foi uma semente plantada pela Federarroz que pode abrir novos e importantes mercados para o arroz gaúcho e trazer mais estabilidade de preços ao produto no Brasil”, considerou.