Etanol de arroz: produção deve iniciar em 2014 no RS

Projeto para implementação da primeira unidade de biorefinaria a partir de cereais para o Rio Grande do Sul, prevista para ser erguida na cidade de Cristal (situada entre Pelotas e Porto Alegre), será finalizado no decorrer de 2014.

Entidades buscam tornar o Rio Grande do Sul um Estado autossuficiente na produção de etanol. Essa realidade está prestes a mudar, segundo o engenheiro Vilson Neumann Machado, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Vinema Biorefinarias do Sul; que, junto com a Federarroz, apresentou o projeto para implementação da primeira unidade de biorefinaria a partir de cereais para o Rio Grande do Sul, prevista para ser erguida na cidade de Cristal (situada entre Pelotas e Porto Alegre), no decorrer de 2014.

A apresentação do projeto ocorreu durante painel sobre a Situação da Produção do Etanol no Estado – Usinas e Projetos, que integrou o primeiro dia da programação do IV Simpósio Estadual de Agroenergia. O evento reúne agricultores, cientistas, empresários, políticos e universitários da Capital, para discutir as principais questões que afetam a competitividade das cadeias produtivas do biodiesel, biogás e do etanol no Rio Grande do Sul. Promovido em parceria pela Embrapa Clima Temperado, Emater/RS, Fepagro e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o simpósio conta com a participação de representantes do governo, pesquisadores e produtores.

O foco dos debates girou em torno de ações para desenvolver o Estado na produção comercial do etanol. No caso do etanol que será produzido pela biorefinaria da Vinema, o cereal principal será o arroz. A empresa desenvolveu junto com a Embrapa um cultivar de arroz, lançado neste ano em Restinga Seca, que é altamente produtivo para etanol. Este cultivar será a base do projeto apresentado, que deverá utilizar também outras matérias primas, como sorgo, triticale, trigo e batata-doce. Essa será a primeira unidade total flex do Brasil.

Com apoio do governo do Estado, em breve, o projeto da Vinema, orçado em R$ 720 milhões, deverá ser lançado oficialmente. Serão 15 unidades, cada uma com capacidade de produzir 300 mil litros/dia, num total de 600 milhões de litros de etanol por ano, o que garantirá 46% da demanda do Estado. A ideia é integrar indústria, governo e agricultores (2 mil localizados na região Centro-Sul). O projeto é pioneiro e nasceu no Ministério da Agricultura. Segundo o coordenador de Agroenergia da Emater, Alencar Paulo Rugeri, atualmente, dos 38 mil hectares onde é produzida cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul, somente 3 mil hectares são para fins de produção comercial de etanol.

Para atender o consumo interno do produto, o Estado precisaria de 350 mil hectares de área cultivada. As pesquisas estão prontas, agora é preciso levar isso a campo para os produtores, segundo Rugeri. Restrito ao eixo de São Paulo e parte do Nordeste até a pouco tempo, o etanol de cana-de-açúcar é uma das alternativas de agroenergia defendidas no evento. No Estado, é um negócio relativamente novo (foi implementado no polo de São Borja e em arredores). Ainda será preciso esperar uns 15 anos para ver como se consolida. Mas há a expectativa de que ao menos para abastecimento interno e num círculo que possa atingir Santa Catarina, Uruguai e Argentina, o Rio Grande do Sul pode se especializar na produção de bioetanol, segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Décio Luiz Gazzoni.

1 Comentário

  • Aguardando pra ver até onde isso pode chegar, se for pro bem dos produtores otimo!

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