EUA: Longe do real, estimativa de plantio do USDA é puramente prospectiva

 EUA: Longe do real, estimativa de plantio do USDA é puramente prospectiva

(Dwight Roberts, USRPA) Os preços permanecem firmes à medida que o plantio começa nos Estados Unidos. O relatório inicial de estimativa de área plantada na safra 2022 de arroz dos Estados Unidos, elaborado pelo Departamento de Agricultura ( USDA), o Prospective Plantings, foi publicado esta semana, e tem uma imagem muito mais otimista do que o setor produtivo e industrial está projetando.

A tabela 1 mostra que a produção total de grãos longos deverá ser 99% do total do ano passado, ou seja, apresentar condições praticamente estáveis. A cadeia produtiva, no entanto, está prevendo o declínio de 10% a 15%, e aproximando-se de 1,65 milhões de acres, ou 670 mil hectares.

O USDA prevê que serão semeados 786,4 mil hectares de grãos longo-finos, em especial no Arkansas (60%). Em 2020 os EUA semearam 944.100 hectares de longo fino, reduziram para 797.600 em 2021 e, novamente há previsão de reduzir área para ampliar a de soja e milho.

Esse número menor de área cultivada parece estar relacionado aos preços do arroz no momento, que estão se mantendo firmes em todas as regiões, apesar da escassa demanda externa. A Louisiana é a única região que deve apresentar elevação com alguma importância, e o restante deve diminuir. O relatório mais próximo da realidade de área cultivada do USDA é divulgado em 30 de junho, juntamente com um relatório atualizado de estoques de arroz.

Olhando para o grão médio, a grande queda virá da Califórnia assolada pela seca há anos. O USDA está projetando uma safra de grãos médios de 315.000 acres (128 mil hectares) da Costa Oeste, mas as recentes alocações de água provenientes do GCID, o maior distrito hídrico do estado, são ainda nebulosas.

O Estado chegou a anunciar uma proposta de remunerar os produtores para reduzirem em até 5% a área cultivada em algumas regiões para minimizar os problemas de racionamento nas cidades e evitar maiores danos ao meio-ambiente.

Os sinais iniciais estão mostrando que a área cultivada pode cair bem abaixo do nível de 270.000 acres (110 mil ha). O grão médio no resto dos estados se manterá relativamente constante. Será interessante observar o progresso do plantio à medida que as semanas passam e os números reais vêm à tona.

No que diz respeito ao plantio, a Louisiana atingiu os 60% plantados agora, chegando a 70% ao longo da próxima semana. O Texas está agora com aproximadamente 50% plantados também, embora a chuva tenha retardado o progresso um pouco na semana passada. Arrozeiros estão ansiosos para começar no Arkansas, e esperamos ter os primeiros plantios no final da próxima semana.

O relatório de estoques de arroz de março foi divulgado esta semana, mostrando que os estoques do grão em casca em todas as posições caíram 8% em relação a este período do ano passado.

O grão longo em casca caiu 11%, e o grão beneficiado quase 6% abaixo, enquanto os médios e curtos em casca tiveram desempenho quase igual e os estoques de arroz beneficiado de grão médio retraíram cerca de 40%, segundo o USDA.

Na Ásia, os preços tailandeses se firmaram ligeiramente para US$ 415, por tonelada métrica (pmt), e as cotações vietnamitas diminuíram um pouco e caíram para US$415pmt. Isso se baseia em grande parte nas flutuações da moeda local e na forte demanda vinda da China e dos clientes já consolidados, como as Filipinas e a Indonésia. A Índia ainda está se mantendo estável em $ 365pmt, e o Paquistão está chegando um pouco abaixo em $360pmt, buscando ser mais competitivo.

O relatório semanal de vendas de exportação do USDA para os EUA mostra vendas líquidas de 17.000 MT para esta semana, uma queda de 80% em relação à semana anterior e 71% em relação à média de 4 semanas anteriores.

Os aumentos foram principalmente para a Guatemala (5.500 MT), Honduras (3.500 MT, incluindo reduções de 400 MT), México (3.300 MT), Canadá (2.600 MT) e Arábia Saudita (800 MT). As exportações de 27.500 toneladas caíram 49% em relação à semana anterior e em relação à média anterior de 4 semanas.

Os destinos foram principalmente a Guatemala (11.000 MT), Honduras (6.000 MT), Canadá (3.300 MT), México (2.700 MT) e Jordânia (1.600 MT).

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