EUA reduzem área cultivada em 20%

Os baixos preços dos grãos longos e o clima adverso no plantio reduziram a área de arroz dos Estados Unidos .

Os Estados Unidos parecem ser o único grande país produtor de arroz no mundo que registra uma redução na área cultivada – e, portanto, produzirá menos arroz – no ano civil de 2017. Isso significa que o comércio mundial não será tão atraente nesta temporada e que, provavelmente, não haverá muito espaço para que os preços internacionais melhorem, segundo Nathan Childs, economista agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) que analisa o mercado de arroz há mais de 20 anos.

"Os agricultores estão observando mais os cenários e, apesar de não haver muita mudança entre os anos de 2016 e 2017, ainda lembramos a lição que tivemos com os grandes estoques formados na virada do século, que demoramos muitos anos para comercializar”, destaca.

Childs palestrou em no Seminário de Alimentação e Agricultura da Universidade do Arkansas na semana que passou, abordando o cenário internacional de comercialização e produção de arroz. Segundo ele, os programas de apoio aos produtores, em especial na China e na Índia, mantiveram a área cultivada de arroz nesses países. "O apoio ao preço do arroz na China fez com que a área subisse ligeiramente, pouco mais de 1%”, afirmou, durante o seminário moderado por Bobby Coats, professor de economia agrícola e agronegócios da Universidade. "A Índia está reagindo. Não estabeleceu uma área recorde, mas alcançou cerca de 44,5 milhões de hectares com arroz e tem um clima favorável com as chuvas de monção chegando no período esperado”.

Ainda segundo o economista do Usda, a Tailândia também parece estar no caminho da recuperação dos problemas que atingiram seu setor de arroz nos últimos anos seis anos. Chuvas em abundância recuperaram os níveis dos mananciais e a área cultivada está voltando ao normal após dois anos de grave seca.

No hemisfério ocidental, o Brasil é o maior país produtor de arroz. Para Childs, o país pode aumentar a área, mas voltará a ter rendimento normal. Ele chama a atenção para o fato de os agricultores brasileiros poderem obter de duas a três colheitas por temporada dependendo da região de plantio e da expansão do cultivo em safrinha no Centro-Oeste.

De maneira geral o economista estadunidense vê razões econômicas para uma leve contração produtiva nos Estados Unidos, em torno de 20%. Baixos preços de grãos longos e fortes chuvas na plantação reduziram a área cultivada, principalmente no Sul, mas também na Califórnia, estado que teve fortes chuvas no inverno e registrou perdas. "A área plantada não caiu tanto, mas as perdas e a baixa produtividade são maiores do que a expectativa".

O Egito, maior país em crescimento no norte da África, deverá registrar queda na área cultivada depois de registrar um recorde na colheita 2016-17. O governo Egípcio impõe controles estritos da área de cultivo e nas exportações, que nem sempre são aplicados da forma devida. Segundo Childs, as restrições à expansão da área de cultivo de arroz no Egito existem há décadas, mas nem sempre são respeitadas pelos agricultores.

As Filipinas, tradicionalmente um grande produtor e consumidor de arroz, registraram uma queda produtiva de 3%. No Japão a safra e a área cultivada seguem em declínio, mantendo uma trajetória histórica. A Indonésia, um dos maiores consumidores mundiais, também está diminuindo a produção, mas de maneira quase imperceptível.

Em termos de safras mundiais, o economista norte-americano Nathan Childs considera que uma das maiores reduções percentuais deve ocorrer em Cuba, com uma colheita 15% menor este ano devido ao impacto negativo das duas últimas estações do ano, em especial os furacões que passaram pela ilha no outono, quando a zona de produção se recuperava de uma seca severa. “Cuba é o principal importador do Hemisfério Ocidental”, resume. A Coreia do Sul é outro país que tem apresentado preocupação quando à retração no consumo e também dos estoques de arroz. (Com agências internacionais).

3 Comentários

  • Cabeça não é só para usar chapéu , façam como os americanos PENSEM , DIMINUIR SIM , AUMENTAR JAMAIS

  • A redução aqui se dará de forma natural, pela falta de crédito e pelo endividamento agudo. Grande redução este ano.

  • Se prevalecesse a logica do que é bom para os americanos é melho ainda pros brasileiros reduziriamos em 40% nossa area cultivada. A diferença é que lá eles podem escolher o que plantar pois tem subsidios. Aqui subsidio é sinônimo de prorrogaçoes. Lá subsidio é para gerar lucro. Aqui é para cobrir rombos nos bancos!!! Não temos como exportar pois nosso produto é caro lá fora… Pagamos absurdos de impostos. Não seria a hora de 50% pararem? Vejo gente correndo atrás de CPRs… Insanidade ou desespero? Alguém pode me explicar o acontece com essas pessoas?

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