Evoluções mistas nos preços mundiais

Em 2017, o comércio mundial marcou um nível recorde de 45,9 Mt.

De acordo com a FAO, a produção mundial em 2017 foi de 754,6 milhões de toneladas de arroz em casca (500,8 Mt base beneficiado), em ligeira alta em comparação de 2016. A produção de arroz teria diminuído sobretudo na Índia e também, em certa medida, no Vietnã. Em contrapartida, a produção aumentou no resto dos países exportadores asiáticos, especialmente na Tailândia, graças a uma extensão das áreas semeadas.

Na África, as colheitas continuam melhorando, especialmente nas regiões ocidentais do continente, onde a produção poderia crescer 4% em 2017.

Em contraste, na África Oriental e Austral, as más condições climáticas continuam afetando as culturas, especialmente em Madagascar, onde a produção teria caído 8% em 2017. Na América do Norte, as colheitas também caíram 20% devido a uma redução nas áreas arrozeiras, enquanto na América Latina a produção aumentou, especialmente no Brasil, graças a bons rendimentos. No entanto, em 2018, as colheitas podem diminuir por causa do plantio tardio, resultante das intempéries do clima.

Tendências do mercado

Em dezembro, os preços mundiais registraram tendências mistas. Na Tailândia, os preços estiveram firmes graças a uma forte atividade no mercado de exportação. A revalorização do bath em relação ao dólar também contribuiu para a firmeza dos preços. Em contraste, no Vietnã e no Paquistão, os preços caíram devido à forte concorrência asiática.

Na Índia, os preços permaneceram estáveis graças aos seus estoques reguladores. No início do ano, apesar da chegada das colheitas asiáticas ao mercado, os preços de exportação permanecem firmes e essa tendência deve continuar como resultado de uma diminuição das disponibilidades exportáveis em 2018 e de um novo aumento no comércio mundial de arroz, o que provavelmente marcará um novo recorde de 46,2 Mt.

Os estoques mundiais, por outro lado, permanecem em níveis satisfatórios, o que poderia limitar as tendências inflacionistas dos preços mundiais.

Em dezembro, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) permaneceu globalmente estável para 200,9 pontos (base 100 = janeiro 2000). No início de janeiro, o índice IPO tendia a progredir para 203 pontos.

Comércio mundial

Em 2017, o comércio mundial marcou um nível recorde de 45,9 Mt, aumentando 11% em relação a 2016. O aumento foi concentrado na Ásia, onde os principais países importadores procuraram reconstruir suas reservas de arroz para limitar as tendências inflacionárias. Na África, a demanda de importação finalmente deu um salto de 12% em 2017, apesar dos objetivos da autossuficiência arrozeira e da limitação das importações, especialmente nos principais países importadores da África Ocidental.

No resto do mundo, as importações permaneceram estáveis graças à boa disponibilidade interna. Do lado da oferta, todos os exportadores viram suas vendas aumentarem, exceto o Paquistão.

Os estoques mundiais de arroz terminando em 2017 aumentaram 0,9% para 168,6 Mt contra 167,1 Mt em 2016. O ligeiro aumento se deveu principalmente à reconstituição das reservas nos países importadores do Sudeste Asiático. Por outro lado, as reservas dos países exportadores, especialmente na Tailândia, caíram drasticamente. Em 2018, os estoques mundiais poderiam aumentar 1,1% para 170,5 M, um nível equivalente a um terço do consumo mundial.

Na Tailândia, os preços de exportação aumentaram entre 2 e 3% em um mercado menos ativo em relação a novembro, o qual atingiu um nível recorde de 1,5 Mt. Em dezembro, as vendas externas atingiram um nível de 950.000 t. No total, as exportações tailandesas teriam aumentado para 11,5 Mt, progredindo 15% em relação a 2016.

Em 2017, Benin foi o principal cliente com cerca de 1,9 Mt exportadas, mas das quais a maior parte é geralmente reexportada para a Nigéria, seguido da China (1,25 Mt) e da África do Sul (0,8 Mt). Em 2018, a associação de exportadores tailandeses prevê uma redução de 10% nas vendas externas como resultado de uma contração nas disponibilidades exportáveis. Em dezembro, o Tai 100% B marcou US$ 403/t Fob contra $ 395 em novembro.

O arroz parboilizado se manteve estável em $ 409, enquanto o arroz A1 Super quebrado subiu 3,4% para $ 339 contra $ 328 em novembro. No início de janeiro, os preços se mostravam firmes.

No Vietnã, os preços do arroz caíram em média 2,5% devido à forte competição tailandesa. No entanto, as vendas externas aumentaram para 410.000 t contra 375.000 t em novembro. No total, as exportações vietnamitas teriam atingido quase 6,6 Mt, aumentando 16% em relação a 2016. Em dezembro, o Viet 5% registrou $ 391/t contra $ 400 em novembro.

O Viet 25% também caiu para $ 369 contra $ 379 em novembro. No início de janeiro, os preços tendiam a aumentar.

Na Índia, os preços de exportação permaneceram relativamente estáveis, apesar do declínio da produção nacional, graças aos estoques reguladores. No total, as exportações indianas teriam mantido o avanço de 20% em relação ao ano anterior, chegando a 11,8 Mt em 2017. Em 2018, a Índia espera manter sua liderança a nível mundial, buscando, entre outros, desenvolver novos mercados no continente africano, especialmente na África Oriental e Austral. Em dezembro, o arroz indiano 5% foi cotado a $ 390/t contra $ 389 em novembro. Em contraste, o arroz indiano 25% declinou para $ 350 contra $ 354 em novembro. No início de janeiro, os preços permaneciam estáveis.

No Paquistão, os preços de exportação baixaram 2% devido à redução das vendas externas e à forte competição asiática. As exportações paquistanesas, apesar da forte atividade durante o último trimestre de 2017, com um ritmo mensal de 350.000 t contra 230.000 t durante o trimestre anterior, não chegaram a compensar o atraso em relação ao ano anterior.

No total, estas teriam representado 3,6 Mt contra 4,1 Mt em 2016, uma redução de 12,5%. Em dezembro o Pak 5% foi cotado a $ 375/t contra $ 379 em novembro. No início de janeiro, os preços se mostravam firmes.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação estiveram relativamente firmes subindo 1% em relação a novembro. As vendas externas se mostraram mais fracas em dezembro, marcando apenas 190.000 t contra 285.000 t em novembro. No total, as exportações estadunidenses teriam alcançado 3,3 Mt, superiores em 3% em relação a 2016.

O México se manteve o principal cliente com 27% das vendas estadunidenses, seguido por Haiti (15%) e Japão (10%). O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi cotado a $ 569/t contra $ 563 em novembro. No início de janeiro, o preço seguia firme marcando $ 580.

Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca subiram ligeiramente marcando uma média de $ 266/t contra $ 263 em novembro. No início de janeiro, os preços tendiam a cair a $ 260/t.

No Mercosul, os preços de exportação se mantiveram estáveis. Depois do incremento da produção em 2017, especialmente no Brasil, as perspectivas para 2018 indicam incertezas devido ao atraso no plantio por causa do mal tempo. A falta de agua no Brasil também poderia afetar as áreas semeadas. Por enquanto, se prevê uma redução de 6% da produção nacional. As exportações brasileiras marcaram em dezembro cerca de 45.000 t (arroz beneficiado), baixando em relação a novembro. No total, as vendas externas em 2017 representaram 600.000 t, uma diminuição de 7% em relação a 2016. Em dezembro, o preço indicativo do arroz em casca brasileiro se manteve estável em $ 227/t. No início de janeiro, o preço tendia a aumentar para $ 230/t.

Na África subsaariana, os preços internos do arroz se mantêm estáveis graças ao abastecimento suficiente de arroz local e importado. A produção na África Ocidental se anuncia satisfatória devido à extensão das áreas arrozeiras e a uma boa pluviometria. No entanto, as últimas estimativas de importação em 2017 indicam finalmente um salto de 12% em relação a 2016. As importações aumentaram em todo o continente, sobretudo nas regiões ocidentais onde vários países haviam afirmado objetivos de autossuficiência em arroz a médio prazo.

Em 2018, a situação parece ser por ora mais favorável com uma possível redução de 2,5% nas importações de arroz.

A íntegra do relatório está em nossa área de downloads.

3 Comentários

  • Só para lembrar Arroz urbano de jaragua do sul $33,00

  • Esta bom até , eu avisei no ano passado se os teimosos não reduzirem 10% da area iriam vender arroz na safra a 28,00 , que é o custo do Paraguai , então agora é só colher o que você plantou .

  • A Federarroz têm que brigar por três coisas: 1. Aumento do preço minimo que esta defasado há 3 anos até mesmo para a reducao das garantias em produto no banco em caso de EGFs. 2. Isonomia Tributária entre Estados. 3. Redução da entrada de arroz estrangeiro no país e ampliação do mercado exportador… Afora isso é ficar gastando pólvora em chimango… agir como flitz (tontear mas não ir no cerne do problema) não resolverá o problema! Primeiro falaram que o problema era custo elevado… Depois que o pessoal tinha que reduzir área… A bola da vez são os juros das CPRs… Me parece que falta convicção… Que falta uma linha de ação… Que falta convergência!!! A redução de produção se dará pela seleção natural… A questão das CPRs também!!! Os custos até podem ser reduzidos, mas vender arroz a R$ 33 eu duvido que alguém suporte!!! Salvo aquelas lavourinhas pequenas de pré-germinado em que quem produz são os colonos e sua familia, não tem levante, não gastam com aviação, pouco adubo, zero energia eletrica… enfim… esses conseguem se manter e ter lucro… teremos que produzir com os Vietnamitas!!! Tudo manual… Viveremos sempre de migalhas esperando as enchentes dizimarem as lavouras para nosso produto valer um pouco mais??? Complicado não!!! Enquanto isso a industria do centro do pais se lava vendendo maquinario para esses países que nos vendem comida barata… Enquanto isso o varejo do centro do país se lava vendendo barato o produto suado do nosso trabalho??? Enquanto isso bancos e governos se lavam nas nossas costas com juros e tributos??? Somos muito acomodados mesmo!!! Será que nossos parceiros realmente nos querem bem??? Complicada a nossa situação…

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