Exportação para Cuba, no final do mês, chegará a 45 mil t

 Exportação para Cuba, no final do mês, chegará a 45 mil t

(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) A boa notícia de que o Brasil voltou a operar cargas de arroz para Cuba, país que figura entre os cinco maiores importadores e esteve afastado do fornecimento brasileiro, melhorou. As 30 mil toneladas adquiridas pelo governo da ilha caribenha são beneficiadas, o que eleva para o equivalente a 45 mil toneladas em arroz em casca. O navio deve carregar na semana final do mês. No entanto, traders ouvidos por Planeta Arroz enfatizam que se trata de um negócio de oportunidade causada em função de  uma demanda específica e das dificuldades que a Argentina teve para seguir abastecendo o importador cubano.

Para a Venezuela, são 8,5 mil toneladas também de arroz beneficiado, o que soma cerca de 12,7 mil toneladas em base casca. São números importantes para confirmar a expectativa de que o Brasil exporte, no ano agrícola (março 2021/fevereiro 2022) mais de 1,1 milhão de toneladas de arroz. Até o momento, os quebrados de arroz estão dominando as vendas nacionais. O aumento do frete marítimo (em até 500%) tem sido um obstáculo, mas está atingindo mais fortemente o beneficiado embarcado em contêineres.

Agentes de mercados ouvidos por Planeta Arroz confirmaram que para competir no mercado do arroz em casca, atualmente, seria necessário colocar o grão no porto a R$ 72,00. Há indústrias que têm liquidado arroz a depósito por R$ 78,00 a R$ 79,00 na Zona Sul, enquanto os produtores elevaram a pedida entre R$ 80,00 a R$ 81,00 por saca. Portanto, a distância é grande e a viabilidade de negócios em maior volume ainda se restringe às oportunidades pontuais. Com o dólar girando em torno de R$ 5,20 o Brasil ainda fica em desvantagem frente a outros fornecedores.

Demanda existe, o que está difícil é competir nos patamares do mercado internacional. Um dólar a R$ 5,50 poderia tirar boa parte desta diferença. Mas, essa expectativa ao menos por enquanto inexiste.

Apesar da dificuldade em exportar, e mesmo com uma pequena retração no volume de beneficiamento e saída de arroz em casca do Rio Grande do Sul, segundo dados da taxa CDO de julho, os preços seguem firmes, com o rizicultor resistindo às “tentações” e negociando sob suas condições. Como dito anteriormente, há agricultores “firmando pé”, em R$ 80,00 a R$ 81,00 em arroz “a retirar na fazenda” na Zona Sul, e algumas empresas que precisam de matéria-prima, ainda que comprando em pequenos lotes, cobriram o preço. A maior parte, porém, recuou sob o argumento de que é impossível remunerar estes valores do arroz em casca nas vendas do beneficiado ao varejo.

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