EXPORTAÇÃO: vital para o arroz

 EXPORTAÇÃO: vital para o arroz

Arroz brasileiro: desafio é ganhar mercado e estabilizar preços

As vendas para o exterior desafogam o mercado nacional.

Se o consumo do arroz no mercado interno brasileiro não aumenta na mesma proporção que a produção nacional, uma boa alternativa é a exportação. Esta é a opinião do presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz (Sindarroz) do Rio Grande do Sul, Élio Coradini. Para ele, essa é uma alternativa importantíssima para desafogar o mercado interno. Os valores pagos por compradores estrangeiros têm aumentado, o que também contribui como estímulo às vendas para fora do país.

“Os negócios poderiam ser ainda melhores se o real não estivesse tão valorizado em relação ao dólar”, avalia o presidente do Sindarroz de Santa Catarina, Jaime Franzner. Ele concorda com a necessidade do setor realizar vendas internacionais. Franzner, porém, reclama do alto custo dos portos nacionais e dos fretes marítimos.

Coradini complementa dizendo que as exportações somente se tornam atrativas quando o arroz é embarcado a granel. “Se fosse ensacado, as taxas aumentariam e o produto deixaria de ser competitivo”, assinala. O dirigente explica que isso impossibilita o cereal de entrar em vários nichos de mercado. Uma solução para o problema seria a desoneração tributária de toda a cadeia orizícola, incluindo principalmente os agricultores. Toda a economia nacional sairia ganhando.

 

É PRECISO AUMENTAR O CONSUMO 

Uma alternativa para reduzir o descompasso entre produção e consumo de arroz são campanhas como as desenvolvidas a partir deste ano pelo Instituto Rio-grandense de Arroz (Irga) e pela Embrapa Arroz e Feijão. “As indústrias também precisam investir em marketing para divulgar receitas e vantagens do arroz, principalmente porque não contém glúten”, proclama o presidente do Sindarroz catarinense, Jaime Franzner, frisando que os orientais são os que mais consomem arroz e têm mais longevidade – prova que o cereal é bom para a saúde.

O desenvolvimento de novos produtos à base de arroz também pode contribuir para aumentar o seu consumo, ainda que de forma indireta. Uma firma paulista lançou há dois anos um macarrão feito com farinha do cereal e, recentemente, um empresário de Alegrete (RS) anunciou a utilização dessa matéria-prima na fabricação de massas para pizza. “Investir nessas áreas agora, com os preços baixos para o arroz, pode ser uma boa, mas os valores tendem a subir nos próximos meses”, prevê o presidente do Sindarroz gaúcho, Élio Coradini. Dependendo do momento do mercado, continuar com a farinha de trigo pode sair mais em conta.

RISCO

Caso não se consiga vender mais no mercado interno ou externo, o presidente do Sindarroz catarinense, Jaime Franzner, diz que só restará uma saída, que é pela dor. Ou seja: a crise obrigará os produtores a reduzirem a área. “Para a indústria, é indiferente pagar R$ 16,00 ou R$ 30,00 um saco de 50 quilos de arroz: o que importa é a margem de lucro”, argumenta.

BLOCO

A criação de um bloco exportador, formado por Brasil, Argentina e Uruguai, é apontada como uma das saídas para comercializar os excedentes de produção desses países. Com isso, os três fariam esforço para atingir mercados juntos e não concorrer entre si, como ocorre hoje. Nações da América do Sul, como Equador e Venezuela, e América Central, onde se destacam Haiti e Trinidad Tobago, além da África, com destaque para o Senegal, são hoje os maiores importadores de arroz. O bloco se beneficiaria também no que se refere à logística.

QUEBRADOS

A maior parte do arroz exportado corresponde a grãos quebrados durante o processo de beneficiamento e que normalmente eram misturados a outros de qualidade inferior e vendidos no mercado como tipos 3 e 4 ou transformados em outros subprodutos, como farinha.

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