Exportações em julho batem em 299 mil toneladas, com saldo de 251 mil

 Exportações em julho batem em 299 mil toneladas, com saldo de 251 mil

Balança comercial resumida, no ano civil

Em cinco meses o Brasil exportou quase 1,1 milhão de toneladas, número que era a previsão inicial para todo o ano, segundo a Conab.

 Os números da balança comercial do arroz em julho superaram as expectativas da própria cadeia produtiva. Depois de ter alcançado um recorde exportador em junho, com 316 mil toneladas, o Brasil alcançou em julho o seu segundo maior volume histórico, com 299 mil toneladas. Foram mais de 615 mil toneladas embarcadas apenas nestes dois meses e 1,099 milhão em cinco meses, de março a julho de 2020, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O saldo positivo de julho foi de 251 mil toneladas, diante da importação de 48 mil t, a maior parte do Paraguai.

Nos cinco primeiros meses do ano comercial (que vai de março de 2020 a fevereiro de 2021) as importações brasileiras estão em 369 mil toneladas, enquanto as exportações acumulam 1,099 milhão. O saldo é 739 mil toneladas. A média mensal de embarques alcançou cerca de 220 mil toneladas. Se mantivesse essa média o ano todo, o Brasil superaria 2,6 milhões de toneladas embarcadas. Porém, não há arroz para isso tudo no mercado interno e a expectativa é de que agosto já registre uma queda substancial nas operações, seja porque os preços internos já não dão suporte às exportações – mesmo com o dólar nos patamares atuais, acima de R$ 5,33, seja porque a maior parte dos nossos clientes se abasteceram de forma significativa pelos próximos meses.

COTAÇÕES

 Com o avanço dos preços médios do arroz em casca no Brasil, e o indicador CEPEA superando R$ 70,00 nesta quarta-feira, traders e corretores estão cotando preço da matéria-prima em outros mercados, como Estados Unidos, Guiana, Índia, Vietnã e Tailândia, para internalizar o produto. No entanto, por enquanto só tem valido a pena as cotações do Mercosul, cuja oferta também é restrita. Preços dos Estados Unidos, que recém começou a colher sua safra, estão muito altos, os da Índia, Tailândia e Vietnã chegam no Brasil próximos das cotações do Mercosul – cujo padrão de qualidade é muito superior. A avaliação inicial é de que se o Brasil importar de terceiros mercados – o que tem uma taxa de 12% de Tarifa Externa Comum (TEC), que vai bater em 14% porque agrega % sobre ICMS e tributação do frete, – será para destinar a cestas básicas de programas sociais dirigidas ao Norte e Nordeste.

Para o mercado consumidor, no entanto, fica um questionamento. Depois de uma década adquirindo arroz Tipo 1 e de variedades nobres a preços inferiores a R$ 3,00 por quilo, estará o consumidor disposto a pagar caro por um grão de baixo padrão? 

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