Exportadores tailandeses de arroz cortam meta de 2019 para exportações anuais

 Exportadores tailandeses de arroz cortam meta de 2019 para exportações anuais

Transplante de mudas está muito atrasado por falta de chuvas e capacidade de irrigação

Corte de 500 mil toneladas baixou projeção de vendas para 9 milhões t no ano.

 Os exportadores de arroz da Tailândia reduziram sua meta de 9,5 milhões de toneladas de exportação anual para 9 milhões de toneladas, após uma forte queda nos embarques do primeiro semestre devido ao fortalecimento da moeda local, o baht, e os grandes estoques globais disponíveis.

As exportações de arroz da Tailândia de janeiro a junho caíram 19,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, informou em nota a Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia (TREA).

"Com os volumes de embarques declinando consistentemente desde janeiro, nosso melhor desempenho seria de 9 milhões de toneladas", disse Charoen Laothamatas, presidente do grupo de exportadores em entrevista coletiva na última quarta-feira.

A nova meta é cerca de 20% menor que as 11,23 milhões de toneladas que a Tailândia – o segundo maior exportador de arroz do mundo depois da Índia – exportou em 2018. O volume deste ano deve gerar receita em torno de US$ 4,7 bilhões, 17% abaixo do alcançado em 2018.

A Tailândia vem perdendo participação de mercado para o principal rival, o Vietnã, devido ao aumento do valor do baht tailandês, a moeda com melhor desempenho na Ásia nesse ano, que no início deste mês atingiu seus níveis mais altos em mais de seis anos.

O arroz de referência da Tailândia, arroz branco com 5% de quebrados ( RI-THBKN5-P1) foi cotado na semana passada em torno de US$ 401- $ 402 por tonelada em base free-on-board (FOB), bem acima do equivalente no Vietnã, cotado a US$ 350 por tonelada (RI-VNBKN5-P1).

O preço de referência da Índia, parboilizado, com 5% de quebrados, RI-INBKN5-P1 foi negociado entre US$ 374- $377 por tonelada.

MERCADOS PERDIDOS

A Tailândia também tem enfrentado a concorrência da China, maior importadora de arroz do mundo e terceiro maior comprador da tailândia no ano passado, que quase dobrou suas exportações de arroz no primeiro semestre de 2019, disse Chookiat Ophaswongse, presidente honorário do grupo.

Com grandes reservas estatais, a China tem vendido estoques de "arroz velho", que foram para os mercados africanos anteriormente dominados pela Tailândia.

Um acordo de governo a governo que a Tailândia fechou com o comerciante de alimentos estatal chinês COFCO, em 2015, estagnou devido ao amplo fornecimento de arroz da China.

No final de 2018, a Tailândia havia fornecido 700.000 toneladas de arroz para a China como parte do acordo para 1 milhão de toneladas de grãos. Desde então, não houve novas encomendas, disse Chookiat.

Os exportadores de arroz também estão preocupados que o baixo volume de chuvas possa prejudicar a próxima safra, depois que o governo tailandês pediu nesta semana que os agricultores atrasem o plantio.

A seca foi declarada em mais de uma dúzia de províncias nas principais regiões do norte e nordeste da Tailândia, onde a precipitação foi a mais baixa em dez anos.

"Se a chuva não chegar em agosto, é uma situação terrível", disse Charoen.

A principal estação de cultivo de arroz da Tailândia começa em maio, o início da estação chuvosa, para a colheita entre agosto e outubro.

 

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