Exportar é o caminho para a orizicultura

Brasil precisa buscar novos mercados para o seu arroz, prega o deputado federal Luiz Carlos Heinze na Fenarroz.

O deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP) esteve nesta sexta-feira em Cachoeira do Sul, onde aproveitou a 15ª Fenarroz para discutir com produtores e empresários das indústrias o atual momento do arroz. Com a valorização do cereal no mercado externo, Heinze salienta que é preciso ampliar exportações e conquistar novos mercados.

– Temos uma oportunidade ímpar para entrar no mercado internacional. O Brasil tem de aproveitar este momento para se firmar como um grande vendedor de arroz – enfatiza Heinze.

Para Heinze é preciso fazer um trabalho conjunto entre todos os elos da cadeia produtiva para fomentar a exportação.

– Temos que colocar alguém com a pastinha embaixo do braço para vender nosso arroz para o mundo – comenta.

De acordo com Heinze, um dos grandes problemas enfrentados pelos arrozeiros é a importação do cereal do Uruguai e da Argentina pela indústria brasileira, que vendem cerca de 1,5 milhão de toneladas todos os anos para o Brasil.

– Temos que traçar uma meta para em dois ou três anos aumentar a produção e anular a importação, exportando o excedente – observa Heinze.

CENÁRIO

O presidente do Sindicato da Indústria do Arroz (Sindarroz), Elio Coradini, afirma que a indústria está realizada com o cenário favorável ao arroz, o que está incentivando o Brasil a procurar o mercado externo.

– Estamos a cada dia aprendendo mais e buscando novos nichos. O porto está tomado, não apenas de soja, mas também com arroz – frisa Coradini.

A sua expectativa é de que neste ano o Brasil exporte 500 mil toneladas do cereal e conquiste novos mercados.

– Queira Deus que lá fora o preço estabilize e fique num patamar favorável, remunerando o nosso produtor para que ele possa produzir mais – analisa Coradini.

Ele salienta que um dos desafios do Brasil é produzir 13,5 milhões de toneladas do cereal, abastecendo seu mercado interno e usando o excedente para exportação.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Renato Rocha, também acredita que a exportação é um bom caminho para os arrozeiros.

– O ideal seria tirarmos 10% da produção do Rio Grande do Sul para exportação – comenta Rocha.

Nesta safra o estado fechou com uma produção de 7,4 milhões de toneladas.

– Este é o momento de conquistar novos mercados. Temos de aproveitar, pois nos últimos quatro anos tivemos os preços baixos -alerta Rocha.

Ele salienta que os produtores aceitam o desafio que foi proposto por Coradini, aumentando a produção. No entanto, para que isso ocorra é preciso que o Governo Federal crie mecanismos para incentivar a exportação.

Importante

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz Parboilizado (Abiap), empresário Alfredo Treichel, afirma que o preço do arroz hoje “é muito aquém de 2003, quando pagamos R$ 40,00 e R$ 42,00”. Ele salienta que o preço do cereal hoje, em torno de R$ 35,00 a saca de 50 quilos, paga as contas desta safra, mas não sobrará dinheiro para o produtor começar a plantar a próxima lavoura.

– O custo dos insumos é muito alto. Vamos lutar para o custo dos insumos ser viável para sobreviver – observa Treichel.

ATENÇÃO

O deputado federal Luiz Carlos Heinze defendeu durante o encontro a suspensão dos leilões dos estoques do Governo Federal. Segundo ele, o produtor acumula prejuízos de quatro safras consecutivas e com apenas três meses de preços melhores o Governo Federal interveio no mercado.

– Neste período já foram leiloadas quase 300 mil toneladas de arroz. Esse volume começa a prejudicar o produtor e logo na frente será a vez do consumidor. Os estoques da Conab são baixos e o aumento no preço do grão é em decorrência de um ajuste de oferta e demanda mundial e não de uma política interna – alerta.

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