Falta de umidade e replantio atrapalham semeadura da soja no RS

 Falta de umidade e replantio atrapalham semeadura da soja no RS

Emergência das plantas tem sido desuniforme

Outros fatores que interferem na implantação das lavouras são: permanência de baixas temperaturas durante a emergência causando atrasos, e a presença de ventos constantes que aceleram a desidratação das plantas em desenvolvimento.

O período de tempo seco, com alternância de temperaturas, alta taxa de insolação e presença de ventos constantes no Estado tem influenciado na redução da umidade dos solos.

Nas regionais de Bagé e Ijuí, o plantio foi parcial. Na de Bagé, na primeira parte da semana, ainda foram realizados plantios em áreas mais baixas, ou onde o volume de precipitações foi mais elevado. Na segunda metade, a operação foi paralisada na espera de novas chuvas. Estima-se em 40% a área semeada, com extremos, em Dom Pedrito, já chega em 60%, enquanto que em Bagé, somente 20% das lavouras foram semeadas.

Já há registros de ressemeadura em locais cuja emergência de plantas foi prejudicada pela ausência de umidade. Outros fatores que interferem na implantação das lavouras são: permanência de baixas temperaturas durante o processo de emergência – causando atrasos, e a presença de ventos constantes que aceleram a desidratação das plantas em desenvolvimento.

Na de Ijuí, a continuidade da semeadura ocorreu no início da semana, com redução gradativa da operação até ser interrompida pela falta de umidade no solo. Produtores adotam cautela devido às previsões meteorológicas indicarem baixos volumes de precipitações no período. A área semeada ultrapassou 31% do total previsto. As lavouras semeadas antes das precipitações apresentam boa densidade de plantas mesmo com emergência em duas épocas distintas. Lavouras semeadas após as chuvas do início de novembro apresentam emergência desuniforme, pois a umidade do solo não foi suficiente, variando conforme a profundidade de semeadura, revolvimento do solo e/ou quantidade de palhada de cobertura.

As sementes que ainda não germinaram estão intactas, sem danos aparentes e com possibilidade de germinarem quando a umidade no solo atender, o que vai depender do retorno das chuvas.

Na de Caxias do Sul, os produtores seguem a semeadura em áreas com melhores condições físicas e com boa cobertura de palha, mesmo com solo seco, na expectativa da vinda da chuva nos próximos dias. Em áreas de solo mais compactado e pisoteio devido a integração com a pecuária, a semeadura foi paralisada por completo. As semeaduras no cedo apresentam germinação desuniforme, inclusive com necessidade de replantio onde ocorreu muita falha de germinação. Em Muitos Capões e Vacaria, há registros de danos por geada, especialmente nas áreas de baixada onde ocorreu a morte de plântulas.

A falta de chuvas provocou redução da umidade do solo e atrasou o plantio em várias localidades. Na regional de Passo Fundo, a semeadura manteve-se em 25%. Na de Soledade, após um período de intensa semeadura, que já atinge 30% da área cultivada, desaceleraram as atividades nos últimos dias. Agricultores estão cautelosos em continuar a semeadura, pois não querem correr riscos de perder as sementes; mesmo assim alguns continuam semeando.

Em geral, as lavouras estão com boa germinação e emergência e não apresentam sintomas de déficit hídrico. Na de Erechim, nos municípios localizados nas margens do rio Uruguai, 5% da área está plantada e evidencia problemas de germinação por falta de chuva. Na região do entorno de Erechim, o plantio avançou para 50%, por ter ocorrido mais chuvas. Na regional de Santa Maria, apesar da paralização do plantio nos últimos dias, a área plantada alcança 40% da intenção de plantio. Em Cachoeira do Sul, lavouras que foram semeadas antes das chuvas são avaliadas sobre a necessidade de replantio. A área implantada já atinge mais de 70 mil hectares dos 105.800 hectares previstos para safra.

Na de Frederico Westphalen, a situação preocupa os agricultores, pois somente foram implantados 10% de 419.680 hectares.

Na de Porto Alegre, a área plantada se mantém em 29% do total previsto de 144 mil hectares para essa safra.

Na de Pelotas, 35% da intenção de plantio de 421 mil para safra já foi plantada. Em alguns municípios foi possível avançar no plantio, como em São Lourenço do Sul, que já chega em 48% de semeadura, em Arroio Grande, 53%, e em Piratini, 62% das áreas de cultivo já foram implantadas. Os plantios foram favorecidos pelas condições da umidade do solo que ainda são disponíveis; mesmo com a semana sem precipitações houve boa germinação e emergência das plantas, resultando em um bom estabelecimento e bom estande de plantas.

Na de Santa Rosa, a falta de umidade do solo e o tempo seco, interromperam novamente o preparo do solo, as dessecações, o manejo de plantas daninhas e o plantio. Já foram implantados 12% da intenção de plantio de mais 710 mil hectares, os quais estão na fase inicial de germinação e desenvolvimento vegetativo, com boa germinação na maioria das lavouras. Nas semeadas no último final de semana de outubro – quando a umidade do solo já era baixa – a germinação foi ruim e exigirá replantio. E nas lavouras germinadas, as plantas apresentam dificuldade no desenvolvimento inicial. Em decorrência da expectativa de chuvas irregulares, os agricultores pretendem escalonar os períodos de semeadura entre três e quatro etapas, no intuito de minimizar os efeitos de possível estiagem em dezembro e janeiro.

Na de Lajeado, há significativa redução de área plantada, quando comparada com o mesmo período do ano passado. Isso porque os produtores aguardam melhores condições ambientais para dar seguimento ao processo de semeadura. Já estão plantados 32% da intenção de plantio para a safra.

Mercado (saca de 60 quilos)

No levantamento de preços realizados pela Emater/RS-Ascar, o preço médio da saca de 60 quilos alcançou R$ 161,83, aumento de 1,07% em relação à semana anterior. Na regional Soledade, a oleaginosa é comercializada a R$ 161,75/sc.; em Passo Fundo e Caxias do Sul, R$ 162,00; Erechim, R$ 160,00; na de Bagé e Ijuí, R$ 161,00. Na regional de Santa Rosa, a cotação média da saca é de R$ 158,70. Na de Porto Alegre, R$ 140,00; Santa Maria, R$ 161,20; na de Pelotas, os preços variam entre R$ 155,50 e R$ 166,00. Na de Frederico Westphalen, entre R$ 160,00 e R$ 163,00/sc.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter