Famato aponta desafios e perspectivas para o arroz em Mato Grosso

Durante o evento foram apresentadas informações sobre as estratégias de produção sustentável do arroz no estado, classificação, qualidade e as expectativas do produtor e da indústria.

Mato Grosso produz cerca de 800 mil toneladas de arroz numa área de aproximadamente 250 mil hectares. As perspectivas para a cultura nos próximos anos são consideradas positivas pelos representantes da cadeia produtiva. Aumentar a produção de forma sustentável, garantindo geração de renda, emprego e alimento de qualidade para a população são alguns dos principais desafios do setor.

O assunto foi abordado no IV Seminário de Cultura do Arroz de Terras Altas de Mato Grosso, realizado nesta sexta-feira (24), no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). Durante o evento foram apresentadas informações sobre as estratégias de produção sustentável do arroz no estado, classificação, qualidade e as expectativas do produtor e da indústria.

Na palestra “Produção de arroz em Mato Grosso: desafios e perspectivas”, o diretor executivo da Famato, Seneri Paludo, destacou a importância da conclusão da BR 158 e BR 163 para facilitar o escoamento e abastecimento do arroz mato-grossense aos mercados da região Nordeste do país.

Em Mato Grosso, o plantio está concentrado principalmente nas regiões médio-norte e nordeste, que respondem, respectivamente, por 25,3% e 30% da produção estadual. Boa parte do que é produzido no nordeste do estado é industrializado em Goiás. Isso demonstra, por tanto, a importância da implantação de indústrias nessas regiões também. Paludo disse ainda que o futuro da rizicultura no estado está ligado diretamente com a recuperação de áreas degradadas e, para isso, a introdução de tecnologias, como a Integração Lavoura-Pecuária (ILP), são fundamentais nesse processo. “Nos próximos 10 anos a produção de arroz em Mato Grosso vai dobrar”, estima.

O palestrante Pedro Luiz Oliveira de Almeida Machado, chefe da Embrapa Arroz e Feijão, enfatizou as principais tecnologias de produção consideradas sustentáveis e que devem continuar sendo adotadas pelos produtores, como o manejo integrado de pragas e doenças, o Plantio Direto (PD) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Machado também apresentou uma pesquisa nacional do Ibope Inteligência, encomendada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), apontando que, entre os principais alimentos lançados no mercado, o arroz é um dos que mais desperta o desejo de compra do consumidor. Além disso, os consumidores pesquisados consideram a “qualidade” dos alimentos um dos fatores mais importantes no momento da compra de um produto.

Na perspectiva do setor industrial, o palestrante Mauro Cabral de Morais, diretor do Sindicato das Indústrias da Alimentação de Rondonópolis e Região Sul de Mato Grosso (Siar-Sul) e vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), apontou alguns dos principais desafios do setor. Entre eles estão manutenção dos estoques, investimentos em infra-estrutura e armazenagem e renovação de maquinário.

Paulo Morceli, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), avaliou, durante a palestra “Conjuntura e perspectiva do arroz para a safra 2010/2011”, que há espaço para crescimento da produção de arroz em Mato Grosso. “O estado tem cerca de 500 mil toneladas de demanda insatisfeita e os preços iniciais estão bons”, justificou, considerando que a industria demanda em torno de 1,3 milhão de toneladas e o estado produz cerca de 800 toneladas. No entanto, ele alertou que o produtor terá que tomar cuidado com a qualidade do produto – principal pré-requisito exigido pelos mercados consumidores. Morceli informou, ainda, que a os preços mínimos do arroz para a próxima safra (2010/2011) mato-grossense serão mantidos: R$ 23,53 a saca de 50 kg e R$ 28,83 a saca de 60 kg.

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