Famato diz que medidas anunciadas no tratoraço não foram efetivadas

Dirigente de Federação do Mato Grosso acusa governo de inércia, pois ainda não colocou em prática as medidas anunciadas no “Tratoraço”. Afora isso, algumas negociações que foram encaminhadas durante o movimento não tiveram continuidade.

Uma semana depois do fim o Tratoraço – O Alerta do Campo – que levou cerca de 25 mil produtores rurais e 2,5 mil tratores todos de todo o País para a Esplanada dos Ministérios, de 23 a 30 de junho, em Brasília – nenhum instrumento legal para materializar o que foi conquistado politicamente pelo setor agrícola, foi implantado pelo Governo Federal. “As medidas já tinham que estar no banco para que os produtores rurais pudessem negociar como vão acessar os recursos.

As conseqüências desta situação serão sentidas na próxima safra. Isso vai significar menos investimentos dos produtores em tecnologia e, automaticamente, em menor área plantada e produção”, constatou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira. Segundo ele, somando-se estes fatores ao patrulhamento ambiental que o agricultor está sendo submetido, principalmente, nas áreas de fronteira, haverá redução na próxima safra de no mínimo 15%.

A pressão das lideranças do setor agrícola e da bancada ruralista no Congresso Nacional é intensa para tentar sensibilizar o ministro Antônio Palocci. A estratégia, mais uma vez, é obstruir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do governo Federal em tramitação na Comissão de Orçamento. Se a votação acontecer os parlamentares entram em recesso.

O grande problema é que o tempo quando se trata de agricultura não espera. Já está ficando tarde demais para que o produtor tome as providências necessárias para o plantio da Safra 2005/2006: comprar insumos, negociar fretes.”Já passou da hora de dar início a essa negociação e os custos poderão subir mais ainda por culpa do governo. Além disso, a inadimplência está acontecendo. O tempo não pára e quando as medidas foram efetivadas serão inócuas para o produtor”, garantiu Homero Pereira, que retornou nesta terça-feira da capital Federal.

O presidente da Famato pondera que se o pleito dos produtores rurais for atendido as respostas serão sentidas em seis meses. Enquanto o presidente Luis Inácio Lula da Silva está se pautando apenas pelam crise política, a crise no campo se agrava e não é por falta de conhecimento dele, O objetivo do Tratoraço, realizado de 23 a 30 de junho, foi justamente alertar as autoridades.

– Ninguém foi lá passear, nenhuma liderança, por mais influente que seja, conseguiria levar mais de 25 mil produtores a Brasília se o problema não fosse realmente grave. Apesar disso, ninguém está nos ouvindo. É uma tremenda insensibilidade – criticou Homero Pereira, um dos principais organizadores do movimento do setor no País.

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