FAO estima produção paraguaia em 1,1 milhão de toneladas em 2021
(Planeta Arroz) A FAO, Agência da ONU para a Agricultura e Alimentação, estimou em 9 de julho, a produção de arroz do Paraguai em 2021 em 1,1 milhão de toneladas, o que representa uma queda de 8,4% em comparação à safra colhida em 2020 e 10% acima da média dos últimos cinco anos. A colheita da safra de arroz foi concluída em meados de maio, com muitas áreas plantadas já no início de 2021, em especial ao nordeste do país (Chaco), na bacia do Rio Paraguai, e na bacia do Rio Paraná, após uma frustração pela falta de água na bacia do Rio Tebicuary.
As exportações de cereais (incluindo arroz beneficiado) na campanha de comercialização 2021/22 (Julho/junho) estão estimadas em 3,8 milhões de toneladas, mais de 10% acima da média de cinco anos. Espera-se que a maior parte das exportações inclua milho, com o aumento previsto para refletir a forte demanda do setor doméstico de biocombustíveis.
Em meio a uma segunda onda da pandemia de covid-19 em abril de 2021, medidas de contenção lideradas pelo governo estarão em vigor até meados de julho. Espera-se que estas medidas tenham um impacto negativo na economia, reduzindo as atividades geradoras de renda e limitando o acesso aos alimentos, especialmente para as famílias mais pobres. Para melhorar a segurança alimentar das famílias mais vulneráveis, o Ministério do Desenvolvimento Social alocou um orçamento de 54,2 bilhões de Guarani (US $ 8 milhões) para expandir seus programas de proteção social.
Ainda segundo a FAO, as condições de tempo seco predominantes restringem as perspectivas de produção de cereais em 2021 no Paraguai. A colheita da safra 2021 de milho, principal cereal produzido no país, começou no final de junho, com cerca de 45 dias de atraso. A colheita tardia deve-se à seca ocorrida no período setembro-novembro de 2020, que atrasou a safra da soja, que antecede o plantio do milho nos mesmos campos. Os rendimentos são esperados em níveis abaixo da média, afetados por baixos volumes de chuva no período de março a maio e um recente período de frio em junho.
A produção agregada de 2021 de milho, incluindo a safra menor abaixo da média colhida no início do ano, está prevista em 5,5 milhões de toneladas. A produção próxima da média esperada reflete principalmente grandes plantações, instigadas pela forte demanda por exportações, que compensou os rendimentos abaixo da média.
O plantio da safra de trigo, a ser colhido a partir de meados de setembro, foi concluído recentemente em junho. O déficit de umidade do solo acumulado entre março e maio causou atrasos nas operações de plantio e afetou a germinação das safras de plantio precoce. As chuvas aumentaram para níveis médios em junho e apoiaram a semeadura e o estabelecimento de culturas de plantio tardio. A área plantada é preliminarmente estimada em um nível próximo à média. As previsões meteorológicas indicam uma alta probabilidade de quantidades de chuva abaixo da média durante o período de julho a setembro, com potenciais consequências negativas sobre a produtividade.
Entre os produtores paraguaios, no entanto, a informação corrente é de uma quebra entre 20% e 30%, com oferta não superior a 900 mil toneladas. Como o ano (janeiro) começou com estoques zerados, cerca de 200 mil toneladas são dirigidas ao abastecimento interno, há um resíduo de estoques (50 mil toneladas previstas) o Paraguai não teria como exportar mais de 650 mil toneladas de grão. Porém, até o momento, seu fluxo de exportações para o Brasil está entre a estabilidade e um ligeiro aumento das transferências mensais sobre o histórico das últimas temporadas, o que leva o mercado brasileiro a acreditar em uma colheita mais próxima dos números da FAO.