FAO reduz projeção de safra de milho e arroz

A FAO reduziu sua estimativa de produção de arroz em 1,6 milhão de toneladas por causa da seca na Tailândia, entre outros fatores.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) reduziu em 4,7 milhões de toneladas sua estimativa de produção mundial de cereais em 2015/16, para 2,53 bilhões de toneladas.

Se confirmada, a produção será 1,1% menor que o recorde do ano passado. A revisão reflete, principalmente, a expectativa de menor produção de milho na Índia e na Ucrânia, em virtude do clima desfavorável.

A FAO reduziu sua estimativa de produção de arroz em 1,6 milhão de toneladas, para 491,4 milhões de toneladas, principalmente por causa do tempo seco na Tailândia, que deve afetar a safra do país.

Em contrapartida, a estimativa para a safra de trigo foi elevada em 1,4 milhão de toneladas, para 736 milhões de toneladas. Se confirmada, a produção será cerca de 3 milhões de toneladas maior que o recorde de 2014.

De acordo com a FAO, a expectativa de que a safra da Europa será maior do que era projetado anteriormente mais do que compensou a queda na Austrália e nos Estados Unidos, onde as lavouras tiveram impacto de chuvas abaixo da média e do calor.

A projeção para a safra de milho e outros cereais foi de 1,306 bilhão de toneladas em outubro para 1,302 bilhão de toneladas na estimativa atual.

A projeção de utilização de cereais foi reduzida marginalmente em 1,8 milhão de toneladas, para 2,528 bilhões de toneladas. Se confirmada a estimativa, o consumo nesta temporada será 1,2% maior que o reportado em 2014.

Com relação aos estoques globais de cereais ao fim da temporada 2015/16, a estimativa ficou estável em 638 milhões de toneladas.

1 Comentário

  • Em se tratando do arroz esta noticia é parcialmente divulgada. ( Deve haver interesses em não divulgar o cerne dos relatórios de outubro de 2015 da FAO e USDA ):
    FAO:- as condições climatológicas desfavoráveis em vários países provocam queda da produção mundial de arroz.
    Na Ásia as chuvas insuficientes e tardias reduzem a produção na Indonésia, Camboja, Índia, Tailândia e Vietnam. As tempestades e enchentes em Burma, no Egito e Madagascar além das chuvas irregulares, o que mais afetou a produção foram as altas temperaturas.
    USDA:- (Departamento de Agricultura dos EUA):
    Constam as mesmas diversidades climáticas, porém ampliando a relação de países entre eles as Filipinas e a China.
    O Japão e o próprio BRASIL, maior produtor das Américas, poderão ter suas produtividades reduzidas, mas que até o relatório de outubro ainda não foram computadas.
    É preciso compreender que a crise não é pela queda da produção ou estoques baixos, mas pelo aumento das necessidade mundiais: As necessidades dos países importadores nas décadas de 80 e 90 cresceram vertiginosamente e no ano de 2000 a segurança dos estoques foram reduzidas em até três vezes em relação a necessidade de importação pelos países consumidores.
    Na safra 2006/07 o quadro ficou ainda pior e os estoques do mundo ficaram comprometidos, com uma importação de 31,9 milhões e estoque de 75,16 milhões de toneladas, representando 2,36 vezes das necessidades alimentares.
    Esse quadro acendeu o alerta para a FAO que em 2008 chamou a atenção dos líderes mundiais para segurança alimentar no que se refere a este cereal.
    De 2010 a 2014 as importações médias cresceram para 41,30 milhões de ton, com os estoques de 104,95 milhões na média e índice de 2,54 vezes da necessidade.
    A previsão em 2015 é fechar os estoques em apenas 88 milhões de ton, com uma necessidade de importação 42 milhões de ton e um índice 2,10 vezes – O MAIS BAIXO DOS ÚLTIMOS 50 ANOS.
    O arroz é alimento básico para segurança alimentar da maioria dos países, sendo por isso controlado. É uma situação diferente das demais culturas, cujos preços não pesam na cesta básica e tampouco estimulam interesses eleitoreiros.
    Isso explica por que o arroz se depreciou tanto ao ponto que um quilo (1 kg) do grão, que rende em média 10 refeições custa menos que um cafezinho.
    Usando o Brasil como referência, os produtores há tempo vem se descapitalizando e saindo do mercado. Atualmente no RGS a produção está concentrada, pois 80 % da produção está nas mãos de 20 % de produtores de grande e de médio porte que se mantem na atividade mais pela tradição e poder de barganha do que pela rentabilidade.
    A culpa é do EL NINO ? Não. É dos governos! Simples assim. Se os líderes do mundo permanecerem de costas para o panorama mundial, alienados do que está acontecendo com os produtores de arroz e seus custos, e não fizerem seu dever de casa, o impacto da crise por falta do arroz poderá até passar despercebida por mais 2 ou 3 anos, mas não passará do próximo ciclo climático. Aí então, essa conta provocará um colapso no abastecimento mundial do arroz. OCASIONANDO A MAIOR CRISE GLOBAL DE ARROZ NOS ÚLTIMOS 50 ANOS.
    FONTE: FAO E USDA, relatórios de outubro de 2015.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter