Farsul e Federarroz contestam números da Conab para o arroz

 Farsul e Federarroz contestam números da Conab para o arroz

(Por Farsul) A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) emitiram nota conjunta criticando os dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu 4º Levantamento da Safra de Grãos 2024/2025. As entidades contrapõem as informações do relatório com os dados disponibilizados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que realiza o levantamento há décadas e têm equipes trabalhando em campo.

O documento, assinado pelos presidentes Gedeão Pereira e Alexandre Velho, lembra que logo após o maior desastre da história do estado gaúcho, o governo federal já havia tentado manipular dados que acarretaria uma despesa de R$ 7,2 bi aos cofres públicos ao disseminar a falsa informação de que faltaria o produto nas prateleiras do Brasil.

Farsul e Federarroz demonstram preocupação com as recorrentes desinformações divulgadas pelo governo federal baseadas em um viés ideológico e que prejudicam não apenas os produtores rurais do Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal, mas toda a cadeia produtiva, culminando nos consumidores de todo o país. O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, considerou “absurda a diferença nos dados da Conab”, que indica uma área plantada de 988 mil hectares, 60 mil a mais do que o Irga.

Confira a nota na íntegra.

NOTA À SOCIEDADE SOBRE OS “LEVANTAMENTOS” DA CONAB PARA O ARROZ

Externamos à sociedade brasileira nossa profunda preocupação com a nova rodada de desinformação quanto aos dados de área, produtividade e produção de arroz que estão sendo divulgados pela Conab.

Primeiramente, cabe lembrar que no ano passado o governo brasileiro estava disposto a desperdiçar R$ 7,2 Bilhões para compra de arroz importado, com o intuito de ser vendido com preço tabelado e abaixo do custo de produção, sob a alegação que faltaria oferta para o consumidor interno. Dissemos, de maneira clara, que não faltaria arroz e não faltou, em nenhum supermercado do Brasil, nenhum dia e nem por um minuto, apesar do pânico causado na população pelo próprio governo.

Agora, o mesmo governo divulga, através da Conab, dados equivocados sobre a produção de arroz, superestimando a produção com o intuito claro de intervir nos preços do cereal, o que pode causar mais problemas para produtores, indústrias, varejistas e, principalmente, consumidores.

Informamos que, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), órgão que, diferentemente da Conab, realiza levantamentos de campo e o faz por várias décadas, a área plantada efetivamente cresceu em relação à 2024, mas 2,69% e não 9,7%, como erroneamente está sendo informado pela Conab. Embora pareça pouco, esse erro pode custar bilhões de Reais ao país.

Queremos tranquilizar a sociedade e dizer que, como de costume, produziremos bem mais do que os brasileiros consomem, o que nos obrigará a exportar excedentes, não havendo nenhum risco de desabastecimento.

Por fim, nos preocupam os retrocessos que temos presenciado com o sistema de informação oficial do governo federal. Mais diretores estão saindo do IBGE por não compactuarem com a nova política daquele instituto para a forma de produção e divulgação dos dados, enquanto a Conab continua distribuindo informações que se alinham aos interesses ideológicos, mas que divergem da realidade observada.

Porto Alegre, 15 de janeiro de 2025

Alexandre Velho Gedeão Pereira
Presidente da Federarroz Presidente da Farsul

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