Faturamento da soja cresce quase seis vezes em 11 anos no RS

 Faturamento da soja cresce quase seis vezes em 11 anos no RS

Faturamento nominal da cultura cresceu seis vezes em relação ao levantamento anterior, em 2006

Grão já representa um terço do valor bruto da produção agropecuária gaúcha.

 Novos números do censo agropecuário de 2017 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam o avanço da soja no Rio Grande do Sul e seu crescente peso econômico para o Estado. O faturamento nominal da cultura cresceu seis vezes em relação ao levantamento anterior, em 2006. Passou de R$ 3,4 bilhões para R$ 18,1 bilhões no período. Sozinho, o grão representou 33,4% – um terço do resultado do campo – e gerou mais valor do que todo o setor animal.

Não por acaso, a produção vegetal respondeu por 72,3% dos R$ 54,2 bilhões do valor bruto da produção agropecuária gaúcha, enquanto a animal somou 27,7%. O resultado tem como referência a data de 30 de setembro de 2017. Há 11 anos, os percentuais eram de 70,1% e 29,6%, respectivamente.

– O que se vê nesse período é aumento de área e de produtividade da soja. Consequentemente, cresce o total do peso do valor de produção do grão no Estado – pontua o engenheiro agrônomo Cláudio Sant’Anna, coordenador técnico do censo agropecuário no Estado.

Outras informações da pesquisa referendam o avanço. É o caso da área dedicada à cultura, que aumentou 48,5% em relação a 2006, passando de 3,5 milhões de hectares para 5,19 milhões de hectares. No período, o espaço dedicado às lavouras temporárias (como o milho, arroz e trigo) ficou 14,5% maior, batendo o de pastagem natural, que recuou 8,8%.

– Com certeza é reflexo da área de soja, porque a de arroz e a de milho estão estabilizadas – completa Sant’Anna.

Produtividade também impactou no resultado da soja

Os números das lavouras de soja não são apenas reflexo da expansão de área, observa Antonio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Ele lembra que a produtividade cresceu ancorada no investimento do produtor em tecnologia. Estudo da entidade mostra que 68% do resultado da produção agropecuária vem de tecnologia. Outros 23%, da mão de obra e 9%, da terra.

– Os dados do censo mostram que a aposta dos agricultores tem sido mais vertical do que horizontal – explica Luz.

O grão tem importante papel também na agricultura familiar: responde por cerca de 40% do valor bruto de produção do segmento.

Economista da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Tarcisio Minetto pondera que a atratividade da soja decorre da liquidez do produto, apesar do risco de eventuais adversidades climáticas.

– Como o arroz vem em dificuldade há anos, isso também levou muitos produtores a mudarem para a soja – completa.

Luz concorda. Para o economista da Farsul, o que está acontecendo hoje com o arroz e com o trigo explica o domínio da soja:

– Temos de produzir o que o mercado quer, o que tem procura. A soja tem alta liquidez e demanda internacional crescente. Os demais produtos têm parcialmente essas características, mas não conseguimos condições para competir de forma igualitária.

O levantamento mostrou ainda redução no número de estabelecimentos agropecuários no Estado. Foram 76,38 mil a menos em relação ao censo anterior, somando 365,09 mil. O raio X mostra ainda um envelhecimento do campo, com dificuldades de formação de sucessores.

– Isso é um ponto de preocupação, assim como a redução dos produtores de leite – salienta o dirigente da Fecoagro. 

2 Comentários

  • E pessoal não muda prá soja na várzea!!! E insiste em plantar só arroz prá perder dinheiro!!! Queria entender a mentalidade do fracasso…

  • mas claro só pode , e o arroz ninguém come mais nas cidades grandes,e é´a comida de sustenta o povo na sexta básica, quanto gera de icms 1 ha de arroz e quanto gera o tal de soja? isso ninguém fala…infelizmente arrozeiro planta porque sabe e gosta..´

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