Federarroz alerta para necessidade de manutenção da oferta interna
(Por Planeta Arroz com informações de Nestor Tipa Jr/AgroEffective) Uma diferença de quase R$ 20,00 estabelecida entre a média de preços ao produtor pela saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul e o valor de R$ 100,00 para dar suporte à comercialização do fardo com margens positivas à indústria, disparou o alerta na cadeia produtiva. A estratégia natural dos arrozeiros é “segurar a oferta” como forma de manter a elevação dos preços. No entanto, para muitas lideranças, trata-se de uma estratégia arriscada diante do interesse, renovado, do governo federal em incentivar a importação de arroz a preços mais baixos com fins de atendimento social.
O plano do governo foi impedido quando a cadeia produtiva conseguiu provar que havia arroz suficiente para garantir o abastecimento interno e as entidades assumiram a responsabilidade em manter o fluxo de negócios e oferta e preços. No entanto, a elevação dos preços da matéria-prima e o posicionamento de boa parte dos produtores, restringindo a oferta, testa o acordo e pode deflagrar novas ações no sentido da importação. O presidente da República declarou, há um mês, que monitora os preços no varejo e vem cobrando medidas dos ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. O que gerou inquietação na cadeia produtiva.
Por isso, e diante do avanço dos preços da matéria-prima e das declarações da indústria de que não há como manter as cotações do beneficiado e de que precisa elevar as tabelas para os supermercados como maneira de compensar os valores de compra do arroz em casca, a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), emitiu nota, assinada pelo presidente da entidade, Alexandre Velho, traçando uma avaliação momentânea do ano de 2024.
Segundo a federação, este vem sendo um ano desafiador para a Federarroz, arrozeiros, agricultores e povo gaúcho pois, além de todos os dramas climáticos, persistem os estruturais e políticos que ainda perduram, alongando insegurança e corroendo a esperança da retomada.
Conforme o comunicado, em meio a tragédia geral, a diretoria da Federarroz foi ao centro do Governo Federal para desfazer intenção de importação de arroz que fatalmente traria consigo mais insegurança aos arrozeiros. “Foram selados acordos, baseados especialmente no caráter e honra de cada partícipe das várias reuniões”, observa a nota.
A entidade salienta que, agora, momento em que Cepea/Esalq ruma para indicativo de R$120,00, no último terço da temporada comercial, é momento da classe orizícola desprender-se e demonstrar toda sua organização e manter o mercado plenamente abastecido. “Nós arrozeiros decidimos produzir alimento “in natura” mais consumido pelo ser humano. Assim, precisamos demonstrar toda a nobreza do ofício dessa profissão”, destaca a nota.
Apesar do palavreado de difícil entendimento de parte da nota, basicamente ela propõe que o agricultor não deixe de manter o mercado abastecido e um fluxo de negócios condizente com as necessidades de consumo, em busca de um equilíbrio. Assim, não terá o governo motivos para insistir em importações de arroz mais barato, que afetariam estoques internos e poderiam gerar preços baixos na próxima temporada.
1 Comentário
E o produtor vai aumentar área sobre pressão do governo??? A mensagem é clara… O arroz da industria está acabando! Eu sinceramente não entendo como o pessoal quer aumentar a área plantada com esse risco de o governo intervir a qualquer momento! Tá muito estranho tudo isso…