Federarroz debate comercialização, energia e zoenamento climático em Brasília (DF)
Presidente Henrique Dornelles participou de reuniões no MAPA e no Senado da República.
A comercialização da próxima safra, a política de liberação e preços de estoques públicos, a prorrogação das datas do zoneamento agroclimático e a tarifação especial da energia elétrica para a agricultura irrigada são alguns dos assuntos que estiveram na pauta do presidente Henrique Osório Dornelles, da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), nesta quinta-feira (28/11) em Brasília (DF). O dirigente participou de Audiência Pública no Senado, a convite da senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS), para tratar da discussão de projetos sobre a tarifação da energia elétrica para a agricultura irrigada. Além da Federarroz, Dornelles representou a Farsul, por ter integrado, como seu representante, o Conselho de Clientes da AES Sul, e defendeu os interesses setoriais no Senado.
No Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Henrique Dornelles reuniu-se com o secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller, e o assessor José Maria dos Anjos, para debater a política de comercialização da nova safra e de liberação do dos estoques públicos no restante da entressafra. “Sai da reunião convencido de que o governo federal terá cautela em agir no mercado, pois também está preocupado em mantê-lo equilibrado e não gerar uma baixa que afete todo o esforço já realizado pela recuperação setorial”, destacou.
Segundo Dornelles, mais uma vez os dirigentes do MAPA se comprometeram a administrar de forma técnica a questão, visando transmitir tranquilidade ao mercado. “As regras do processo estão claras e há interesse do governo apenas em manter equilíbrio nos preços, de acordo com o que entende serem os valores adequados”, informa. A Federarroz pediu atualização do Preço de Liberação de Estoques (PLE), atualmente em R$ 33,28 por saca de 50 quilos.
O presidente da Federarroz também se reuniu com o técnico Gustavo Bracale, da área de Zoneamento Agroclimático do MAPA. Com ele as tratativas são relativas aos produtores que precisarão promover o replantio das áreas afetadas por enchentes e enxurradas. Como haverá relativo atraso no processo, e isso envolve crédito rural, seguro e outras normas, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) realizará todo o embasamento técnico para estas lavouras e a sua inclusão dentro do zoneamento, com estabelecimento de datas e procedimentos. “É a forma de viabilizar as lavouras destes produtores que já começaram a safra com prejuízos”, explica.
EXPORTAÇÃO
Henrique Osório Dornelles também comemorou importantes avanços dos governos federal e estadual para promoverem as exportações. O governador Tarso Genro anunciou a ampliação e equipamentos que tornarão o terminal da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) mais competitivo no Porto de Rio Grande, fechou acordo com o Iraque para exportar até 180 mil toneladas anuais de arroz àquele país. E uma missão do governo gaúcho partiu nesta quinta-feira para a China, o maior importador mundial do cereal e deve ter esse tema na pauta.
O governo federal criou um grupo técnico binacional com a Nigéria, nesta quinta-feira, com a presença de autoridades nigerianas e o vice-presidente brasileiro, Michel Temer, em Brasília (DF). A retomada das exportações de arroz para aquele país, que já foi o maior cliente do Brasil, está na pauta. Por questões internas, os nigerianos criaram uma taxa de importação muito alta e que retira a competitividade do arroz brasileiro para entrar naquele país.
O deputado federal Alceu Moreira (PMDB/RS) participa das tratativas, representando o Parlamento. “Nosso objetivo é conseguir contratos de longo prazo para garantir que a produção interna superior a 11 milhões de toneladas de arroz não gere uma saturação de mercado que leve o produtor à perda de renda. Temos negociado com os nigerianos, com muito diálogo e entendendo a complexidade de suas questões internas, para viabilizar a retomada da comercialização do arroz brasileiro com aquele país. De pronto, há uma demanda pela transferência de tecnologia, o que pode resultar até mesmo na oportunidade de que alguns produtores brasileiros plantem na África”, destaca.