Federarroz identifica falha na formação do quadro de oferta e demanda da Conab
Companhia alterou estimativa de estoques computando volumes da safra 2011/12 no estoque remanescente de 2010/11.
Segundo ele, a Conab admitiu que houve falha em não recomendar às empresas privadas que desconsiderassem no questionário sobre a posição dos estoques, o arroz colhido na safra 2011/12, fato que foi corrigido agora, na safra 2012/13, depois de um alerta da federação gaúcha. “Diante disso, vamos solicitar que haja uma correção deste estoque de oferta e demanda de 1,6 milhão de toneladas, que pode não corresponder à realidade e ser significativamente menor”, frisou Daire Coutinho.
Este pode ser o fio da meada para explicar, segundo o presidente da Federarroz, Renato Rocha, a razão pela qual o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês) projeta para o Brasil, em oito de março de 2013, um estoque abaixo de um milhão de toneladas. “Desde maio de 2012 quando a Conab fez uma correção no Quadro de Oferta e Demanda, baseado em uma pesquisa de estoques realizada em fevereiro de 2012, os números enlouqueceram”, afirma. Acontece que a pesquisa, assim como a que é realizada em 2013, trazia problemas no seu formato. Os questionários sobre os estoques existentes no dia 28/02, não traziam advertência de que deviam ser desconsiderados os volumes colhidos da safra em andamento. Isso aconteceu em 2012, e novamente vinha acontecendo na pesquisa de 2013.
“Como em 2012, como agora em 2013, uma parcela da nova safra já havia sido colhida no estado, os números apurados sofreram distorções”, acrescenta. Segundo apurou a Federarroz, diante destes fatos, a Conab adiou a entrega dos relatórios e informou que a contagem dos estoques privados não deveria considerar os grãos colhidos na presente safra. “Isso não corrige as informações da safra passada, e também gera dúvidas na informação dos relatórios agora enviados. Tal situação deveria ser corrigida com uma nova redação nos questionários enviados, só assim teremos informação adequada sobre dados tão importantes na formação dos preços”, explica Daire Coutinho.
A Federarroz entende que esta falha pode comprometer a credibilidade do setor sobre os números oficiais da Conab. “Na verdade, ninguém sabe quanto de arroz há armazenado no Brasil. Apenas sabemos que é bem menos do que o divulgado pela Conab, por causa da comprovação da falha nos questionários”, considera Renato Rocha. Ele acredita que a Conab está na obrigação de ajustar seus números após a nova avaliação de estoques, em maio. E para baixo.
3 Comentários
Se o propósito é avaliar estoque de passagem a CONAB teria de pedir a posição dos estoques em 31/12 e não em 28/02. Na fronteira oeste a safra começa, para alguns produtores, em 30/01, ocasionando este tipo de erro. Em 2013 novamente foi solicitado posição em 28/02, o que não faz sentido algum. Estoque de passagem = 31/12, e podemos ainda considerar arriscado pois o Paraguai pode já estar colhendo em dezembro, colocando arroz no mercado brasileiro.
Quando se fala em safra todo produtor sabe que ela inicia geralmente em junho do ano X e termina em maio de Y… O calendário da Conab deveria se ajustar a esses moldes penso eu… Não haveria risco de se misturar safra nova e safra velha… Mas se quiserem mesmo ter estoques reais teriam que apurar mensalmente o que tem nos armazens públicos, público-privados e privados… Teriam que ter gente para ir a campo para fazer levantamentos… E mesmo assim não é 100%… Cito por exemplo algumas variedades de arroz que enchem os silos mais facilmente e que no entanto tem mais palha e o grão menos pesos… As vezes o produtor acredita que está com 25 mil sacos em um silo e quando retira tem só 23 mil, isso se o caruncho não reduz mais o peso ainda… É um assunto complicado e tem que ser observado com bastante atenção porque interfere diretamente em toda a cadeia produtiva e principalmente nas questões comercias… Gostaria de expressar meu apoio ao nosso presidente da Federarroz pelo empenho que está tratando as questões cruciais do arroz…. É isso ai mesmo temos que nos antecipar e cobrar tudo o que é prometido.
Nada de novo. Informações produzidas por gestores de duvidosa capacidade dos órgãos oficiais – CONAB, IBGE, IRGA, EMATER. O resultado destes “enganos” SEMPRE prejudicam os produtores. Até dá para desconfiar! A propósito, os números de USDA são bastante confiáveis e estão se confirmando.