Federarroz: elevada procura e preços cobrindo custos do arroz em semanas

 Federarroz: elevada procura e preços cobrindo custos do arroz em semanas

Arroz Índica, longo-fino, beneficiado e em casca. (Foto Robispierre Giuliani/Planeta Arroz)

(Por Planeta Arroz) A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) divulgou nota oficial na noite da última sexta-feira, dia 29, projetando “elevada procura” de arroz em casca visando abastecimento do mercado nacional e internacional, e acredita que com isso nas próximas semanas os preços de mercado cobrirão os altos custos de produção que afetam a safra 2021/22. A conclusão, e o anúncio formal ao mercado, está baseada na desvalorização do real frente ao dólar norte-americano, numa leitura de que o varejo tem baixos estoques e que diversos países estão procurado abastecimento. Recentemente dirigentes arrozeiros gaúchos estiveram numa feira no México, e há esperança de que os mexicanos adquiram até dezembro a cota de 50 mil toneladas de arroz em casca com isenção de tarifas anunciada no ano passado.

A entidade também reforça a importância das exportações e de que os produtores devem seguir com a regulação da oferta de arroz ao mercado consumidor de modo a equacionar o abastecimento com preços sustentáveis, e alerta para os riscos de práticas incompatíveis com as necessidades financeiras dos agricultores forçarem uma redução significativa de área para o futuro, com o arroz perdendo espaço para outras culturas mais rentáveis.

Na contramão da nota, em outubro, o indicador de preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul desvalorizou 8,42% segundo o Cepea/Esalq/USP. Por outro lado, a saca do arroz gaúcho de 50 quilos alcançou um preço muito mais competitivo para o mercado internacional, em US$ 12,09.

Abaixo, leia a íntegra da nota.

NOTA PÚBLICA INFORMATIVA DE MERCADO

“A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul – FEDERARROZ, vem, por meio do seu presidente signatário, informar aos produtores que, após inúmeras análises de mercado e de tratativas comerciais entabuladas pela presente entidade de classe nas últimas semanas, bem como ante os fundamentos de mercado, tais como a valorização do Dólar frente ao Real, níveis de estoques do varejo e a procura por alimento por países diversos, existem fortes indícios de elevada procura de arroz em casca visando abastecimento do mercado nacional e internacional, fato que deverá resultar, nas próximas semanas, em preços (piso) de mercado aptos a cobrir os altos custos de produção que afetam a Safra 2021/2022.

Assim, primeiramente, reiteramos as orientações efetivadas ao longo de toda a safra, no sentido de que os produtores estejam atentos às oportunidades de negócios decorrentes desses movimentos comerciais, de modo a organizarem seus fluxos operacionais de forma ao atendimento das demandas de mercados externos quando das oportunidade existentes, essas que são fundamentais à abertura de novos destinos exportadores, sem prejuízo da consolidação dos mercados consumidores já existentes.

Destacamos ainda que as negociações internacionais são imprescindíveis à sustentabilidade econômica e financeira dos produtores, haja vista o aumento sem precedentes nos custos de produção que estão afetando, novamente, a lucratividade dos setor orizícola do Estado do Rio Grande do Sul.

Com efeito, no que tange ao mercado interno, frisamos que os produtores devem seguir com a regulação da oferta de arroz ao mercado consumidor, de modo a equacionar o abastecimento com preços sustentáveis alcançados aos produtores, sob pena de, em caso de prática de preços incompatíveis com as necessidades financeiras dos produtores, esses deverão reduzir ainda mais a área de arroz plantada no país, em especial no Estado do Rio Grande do Sul na próxima safra, buscando o plantio de culturas mais rentáveis, algo que reverterá em prejuízo para a segurança alimentar do povo brasileiro, em especial das classes mais vulneráveis economicamente.

Por fim, oportuno registrar que as ações dessa entidade representativa de setor buscam equalizar o abastecimento do mercado interno/externo, a preços compatíveis com as dificuldades econômicas enfrentas pelo povo brasileiro, sem se esquecer da imperiosa necessidade de viabilizar a produção de arroz no país a preços minimamente compatíveis com os custos de produção do cereal, esse que sofreu aumento de 100% na presente safra”.

Porto Alegre/RS, 29 de outubro de 2021.

Alexandre Azevedo Velho
Presidente da Federarroz

4 Comentários

  • Favor publicar meu comentário. Creio que essa noticia é mais uma isca para os produtores plantarem a area de arroz restante! Uma das questões que a Federarroz deveria estar pleiteando seria o aumento da TEC Mercosul para 12%. Acabaram-se as necessidades de importações. Ademais, eu plantaria soja ou milho já que ano apesar do La Nina terra chuvas regulares.

  • Seu Flavio, o custo da lavoura na safra 2020/2021 foi na média de 47,00 pila por saco e chegaram a vender arroz a 110,00 pila, portanto, para com essas demagogias de que existe cordeirinho no meio dos lobos, cada um sabe muito bem o que faz do seu negócio. A decisão de aumentar ou diminuir área de arroz é de cada produtor conforme a sua estratégia. Favor tecer comentários mais inteligentes ao invés de ficar querendo achar culpados como sempre.

  • Seu Paulo. Inteligente é o Sr. Deve ser da industria! O custo do ano passado conforme noticiado pelo Irga foi de 65 pila! Vcs vao quebrar por causa do Cartel… Custo desse ano 85 pilas. Vá se informar o Sr. … Que pelo jeito vive noutro mundo! Sai e converse com o produtor! Caia na realidade!

  • Em Três de Maio se planta arroz Sr. Paulo? Tu não sabe de nada. Vende farelo de soja e quirera ai em Santa Rosa e acha que entende a crise que estamos passando! Recolha-se ao soja, milho, azevem e trigo! E vá vender farelo que é isso q tu entende bem!!!

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