Federarroz recomenda cautela na renegociação de dívidas arrozeiras
Negociação direta pode ser melhor negócio do que triangular os passivos com o BNDES.
A Federarroz, federação que reúne as associações de arrozeiros do Rio Grande do Sul, está orientando os seus filiados a irem com calma no caso de a opção de renegociação de dívidas que está se abrindo se confirmar, a partir de um entendimento entre a Comissão Externa do Endividamento do Setor Agrícola e governo federal. “Estamos preocupados, pois isso pode sair mais caro para o produtor no final”, observou o vice-presidente da entidade, Alexandre Velho.
Alexandre acredita que renegociar direto com os bancos que os financiaram pode ser um melhor negócio para os produtores do que triangular os seus passivos com uma terceira instituição, no caso o BNDES, de onde deve sair uma linha especial para refinanciar esses débitos. A criação deste mecanismo depende de portarias para torná-lo oficial. “Não vejo vantagem para aqueles que já vêm negociando com os seus bancos, com juros já fixados e com bases já familiares”, comentou.
Velho, porém, destaca o trabalho dos parlamentares empenhados em soluções para essa repactuação e acredita que para aqueles produtores que hoje estão sendo financiados por indústrias e empresas de insumo, a linha pode ser uma boa saída para que esses consigam regularizar suas situações.
A arrozeiros de Camaquã, com quem se reuniu na quinta-feira, Alexandre também falou da luta da entidade em aumentar o preço mínimo da saca junto à Conab e da importância de o setor apoiar nas eleições de outubro candidatos identificados com a realidade dos produtores.