Federação emitiu nota sobre o tema direcionada aos arrozeiros.
Nota ao Povo Brasileiro
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), vem, perante vossa presença, por meio de seu presidente, oportunidade em registra que os produtores de arroz do Estado do Rio Grande do Sul produzem mais de 70% da produção nacional do grão, situação fática que é fundamental para a segurança alimentar dos brasileiros, face às recentes declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva veiculadas em diversos meios de comunicação, dizer e requerer o que segue.
Primeiramente, impende ressaltar que a Federarroz manifesta perplexidade e total descontentamento em relação às manifestações realizadas pelo ex-presidente referentes aos homens do campo, produtores e empresários rurais. Cabe ressaltar que, além de não contribuírem com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e solidária, servindo apenas e tão-somente para aprofundar polarizações calcadas em ideologias que, indubitavelmente, em nada interessam ao povo brasileiro, convém salientar que todos os financiamentos agrícolas possuem regras bastante rígidas e consequências aos mutuários no caso de inadimplência.
Assim, obviamente, o ex-presidente, de forma oportunista e leviana, esqueceu-se do fato de que, caso o produtor não honrar com o compromisso firmado, terá seu bens em garantia utilizados para saldamento das eventuais dívidas decorrentes da produção de alimentos. Além disso estará automaticamente alijado ao crédito oficial e fatalmente passará a arcar com custos financeiros e outras nuances impostas pelos grandes oligopólios, muitos desses que, vale lembrar, são os mesmos que o próprio governo federal fomentou mediante relações em nada republicanas e que, no atual momento, estão sob o crivo de investigações pela má utilização dos recursos públicos que deveriam ser direcionados à educação, segurança, saúde, sobretudo, das parcelas mais carentes da sofrida população do nosso país.
Afirmamos que todo o recurso disponibilizado ao sistema financeiro para o crédito agrícola foi efetivamente aplicado em território brasileiro, utilizado na compra de máquinas, insumos e instalações, em sua totalidade produzidos no Brasil, de modo a potencializar um saudável círculo econômico em que o setor produtivo brasileiro adquire de indústria brasileira para produzir alimentos, energias, fibras e proteína para o povo brasileiro e tantos outros, tudo de forma transparente em atenção ao regime capitalista vivido e aceito no país, esses, por sua vez, inerentes às relações de natureza privada concretizadas com salubridade e em ambiente de negócios livres e sem propina ou outras formas de ilegalidades, como as práticas que tem sido desvendadas no submundo de alguns agentes políticos, tais como no caso da Petrobras e outras.
Lembrando que o produtor, esse que é um cidadão trabalhador e que pertence ao povo brasileiro, é diretamente responsável pela produção de um produto que o pacote de 5 quilos de arroz é vendido a menos de R$ 15,00 no livre comércio, sendo que, em nenhum outro lugar no mundo, se pode se alimentar de forma tão barata e saudável como no Brasil. Isso deve-se majoritáriamente ao perfil do produtor rural brasileiro, o mesmo chamado de caloteiro pelo ex-presidente da República.
É desolador observar que pouco mudou na forma de fazer política no Brasil, pelo menos no que diz respeito ao ex-presidente Lula. Apesar da grande contribuição da operação denominada Lava-Jato, na medida em que se utiliza de arcaica tentativa de segregar patrões e empregados ou empresários e trabalhadores mediante metáforas que conduzem à afirmação que vivemos em sistema feudal, com discurso raivoso, sem conteúdo, comprometimento e, pasmem, ainda mais grave, sem a responsabilidade que se espera de pessoas que buscam ocupar funções públicas.
Desse modo, profundamente entristecida pela conduta dos homens públicos desse país, a Federarroz reafirma publicamente seu compromisso com o Brasil, uma vez que acredita que o povo brasileiro deve exigir mais daqueles que se acreditam possuir as competências necessárias à condução de um país tão carente do mínimo existencial, como, por exemplo, acesso à comida.