Federarroz se reúne com ministro da Agricultura
Renegociação com bancos privados e cotas de importação foram tratadas.
Os arrozeiros apresentaram ao ministro o cenário da orizicultura gaúcha. O Rio Grande do Sul representa 65% da produção nacional, mais de sete milhões de toneladas colhidas em 1,05 milhão de hectares cultivados. Gera mais de 230 mil empregos e 18,5 mil produtores em 143 municípios. O desafio da cadeia produtiva é adequar o suprimento à demanda interna, face à importação excessiva do Mercosul. Segundo avaliação da Federarroz, equacionando os excedentes seria resolvida grande parte dos problemas.
Segundo Renato Rocha, desde que o Brasil alcançou autossuficiência produtiva em 2004, há sobras no mercado por causa da importação de grão dos países vizinhos, o que derrubou preços e gerou prejuízos e um passivo gigantesco ao setor nacional. “Os arrozeiros se reinventaram, buscando o mercado externo e adotando cultivos alternativos, e aumentaram a produtividade sem ampliar área. Mas, não é suficiente. Precisamos estancar esta entrada de excedentes”, diz o presidente da Federarroz.
Assim, os dirigentes arrozeiros pediram ao ministro Antonio Andrade, que dê continuidade ao tema e mantenha a linha adotada pelo MAPA, que já estuda medidas para reduzir o impacto do Mercosul no mercado interno. Também foi solicitada a indicação de um representante do Ministério para servir de elo com a cadeia produtiva do arroz, função para a qual o ministro designou Neri Geller, secretário nacional de Política Agrícola.
Por fim, os arrozeiros solicitaram ao ministro que participe da reunião convocada para a próxima semana pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com bancos privados, estaduais e cooperativos que não aderiram à repactuação das dívidas arrozeiras criada pelo governo federal. Também participarão a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e do Ministério da Fazenda. “Trata-se de um momento decisivo para a cadeia produtiva”, argumenta Renato Rocha.
Documento com pleitos apresentados na audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara Federal para integrarem o Plano Agrícola e Pecuário 2013/14, foi entregue a Antonio Andrade, que se reunirá para discutir os temas da orizicultura em andamento no MAPA nos próximos dias. Renato Rocha, da Federarroz, considera a reunião muito positiva. “Estamos entre as primeiras entidades gaúchas a se reunir com o ministro. Acredito que haverá resultados em breve”, afirma.