Federarroz vai a Brasília negociar dívidas arrozeiras

 Federarroz vai a Brasília negociar dívidas arrozeiras

Entrega do documento que pede solução para o endividamento ao secretário do MAPA Caio Rocha

Uma solução para o endividamento seria o grande presente de Natal para o setor, cuja dívida alcança R$ 3 bilhões, ou 60% do valor bruto de uma safra.

Nem mesmo às vésperas do Natal a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) vai cessar a luta pela viabilidade da lavoura gaúcha. Nesta terça-feira, o presidente Renato Rocha, acompanhado de dirigentes da Farsul e da Fetag, estará em Brasília (DF) para participar de reuniões com representantes e técnicos dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério da Fazenda (Mfaz). A primeira reunião será com o secretário nacional de Política Agrícola, Caio Tibério da Rocha, às 8h30min. Logo depois, o encontro será com o ministro da Fazenda em exercício, Nelson Barbosa. As reuniões foram marcadas pelo deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS).

O presidente da Federarroz vai cobrar respostas do governo. Os rizicultores reivindicam o prazo 35 anos para quitar as dívidas históricas, agravadas por catástrofes climáticas e a falta de rentabilidade nas safras recentes. Pedem dois anos de carência e juros de 2,5% ao ano. E o pagamento de parcelas regressivas, começando pelo comprometimento de 4,2% do faturamento da atividade, e terminando com 2,4%. O endividamento do setor arrozeiro supera os R$ 3 bilhões.

Entre prorrogações, custeio, investimentos, Securitização, PESA, Fat Giro Rural, Produsa, EGF prorrogado e outros, a dívida do setor representa cerca de 60% do valor bruto de uma safra. “Este passivo se tornou um fardo pesado para o setor carregar, pois vem comprometendo a atividade e afetando os preços de mercado na medida em que obriga o produtor a investir menos em tecnologia e vender a safra para cumprir pagamentos quando os preços estão baixos. Isso pressiona o mercado e retira a rentabilidade da lavoura, sem contar as dificuldades de acesso ao crédito que isso vem causando”, enfatiza Renato Rocha.

Ainda segundo o dirigente, é importante que o governo federal tenha uma proposta ao setor antes da próxima safra, pois os rizicultores terão que pagar 100% do custeio 2011/12, mais 20% que foram prorrogados da safra passada, investimentos, EGFs, Pesa, Securitização, entre outros compromissos logo após a colheita. “É muita conta para pagar com a renda média que se está obtendo com a orizicultura”, atesta. Para Renato Rocha, a promoção de uma campanha nacional de consumo e a solução para o endividamento são os dois únicos pontos das demandas arrozeiras que o governo federal ainda não se posicionou ou acenou com medidas. “Este é o momento”, afirma.

4 Comentários

  • E com relação a trancar as importações do Mercosul qual foi a medida que o governo acenou? E com relação a equalização do ICMS qual a proposta do governo mesmo? E com relação a subvenção e garantia do preço mínimo qual seria a proposta? E a redução da carga tributaria e a liberação de importação de insumos já temos uma proposta do governo? De concreto não temos nada e nada teremos… prorrogações vão nos atolando em dívidas… mas medidas para gerar renda… nenhuma!!! há mais de um ano que eu e alguns colegas vem batendo na mesma tecla, mas o governo populista fecha seus ouvidos as questões cruciais da lavoura orizícola… Eles sabem os problemas, mas não querem nos ajudar com as soluções efetivas… e ainda jogam a opinião pública contra nós, dizendo que já disponibilizaram bilhões em recursos para leilões infrutíferos… Ou as urnas mudam esse paradigma ou ele nos engolirá!!! QUEREMOS RENDA NÃO PIEDADE…

  • Não queremos mais renegociasr dívidas e NÃO PODER PAGAR, queremos uma atividade VIÁVEL, precisamos ter renda (rentabilidade, lucro, etc…) para podermos pagar nossas contas antigas e ainda sobreviver na atividade, podem dar 50 anos pra pagar com o arroz a este preço vamos morrer endividados e pelo jeito que vai vamos pro caixão passando fome.

  • Em primeiro momento, aproveito a oportunidade deste site para desejar um Natal repleto de harmonia e esperança para todos os agricultores e leitores desta página.
    Não posso deixar de dizer que sou testemunha de como iniciou essa proposta de renegociação das dívidas de nós agricultores. Aproveito este momento para parabenizar o Sr. Renato Rocha, o Sr. Sperotto e demais representantes de classe por terem escutado os homens que elaboraram este estudo economico para apresentar ao Governo. Também publicamente agradecer ao grande Chemale, Juarez Petry e Pedro Paulo Barbosa a grande luta que travaram até chegar esta proposta nas mãos do Ministro da Agricultura. Parabéns LÍDERES e amigos de nós agricultores, sempre contarão com seus colégas. Urugauaiana não esqueceu destes homens que levantaram a bandeira dos ARROZEIROS. Parabéns ao TE MEXE ARROZEIRO, que somos todos nós agricultores. Sei que a renegociação das dívidas não será a solução dos problemas dos arrozeiros, precisamos de renda, porém é alguma coisa, um primeiro passo Diego. Ainda assim teremos mais lutas a enfretar e somente com a união da classe chegaremos lá. Agradeço a Deus a chuva me nos brinda neste Natal.

  • Com certeza Stella renegociar dívida é alguma coisa mas se não tivermos preço é a mesma coisa que dar aspirina pra quem ta com cancer.

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