Feitiço contra o feiticeiro

Brasil colheu duas safras recordes. E agora paga o preço.

O segundo recorde de produção de arroz no Brasil só fez bem, até o momento, para o consumidor e os supermercados. Ao invés de comemorar a independência na produção do mais básico alimento, a cadeia produtiva vive momentos de crise. Em um ano, os preços pagos ao produtor já caíram perto de 35%, enquanto os preços ao consumidor não caíram mais do que 15%. Os excedentes do Mercosul acentuam a crise. Uruguai e Argentina têm 1,8 milhão de toneladas para vender ao Brasil. 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 5º Levantamento de Safra, indica que o Brasil colheu 13.290,9 toneladas de arroz, aumento de 3,6% sobre as 12.829,4 toneladas colhidas na safra 2003/2004. Só o Rio Grande do Sul representou 46,7% do total. O Mato Grosso, segundo maior produtor, colheu 15,4%. O Brasil plantou 3.918,5 hectares, ou 7,2% a mais do que na safra anterior (3.654,4), e obteve uma produtividade média de 3.392 quilos por hectare, uma redução de 3,4% sobre o ano passado, quando foram colhidos em média 3.511 quilos/hectare. 

PASSAGEM – O estoque de passagem do Brasil em 2005 deve ficar, no mínimo, em 2.348,1 toneladas (base casca), segundo dados da Conab. No quadro de oferta e demanda, o país deve somar 15,498 milhões de toneladas. O estoque final, segundo a Conab, portanto, somará, 2.348 milhões de toneladas (55% maior do que na entrada de 2005). Esses números indicam para 2006 mais um ano de difícil comercialização, a menos que Brasil e Mercosul tenham quebra na próxima safra.

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