Fertilizantes: tendência de alto dos preços no 2º semestre

Segundo dados da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, desde o ano passado, o preço dos fertilizantes já caiu 40% em dólar, uma redução acumulada desde meados do ano passado.

O preço das matérias-primas utilizadas na fabricação de fertilizantes pode voltar a subir a partir do segundo semestre de 2009, quando deverá haver uma redução nos estoques mundiais e aumento da demanda às vésperas do plantio da safra da América do Sul. Segundo dados da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, desde o ano passado, o preço dos fertilizantes já caiu 40% em dólar, uma redução acumulada desde meados do ano passado.

A redução dos estoques mundiais com o aumento da demanda às vésperas do plantio da safra são os dois fatores que determinarão o ritmo dos preços do fósforo e do potássio no início do segundo semestre deste ano. Para o terceiro componente presente na formulação dos fertilizantes, o nitrogênio, a variação de preços vai depender da cotação do petróleo. Os preços do petróleo estão em queda devido aos reflexos da crise financeira internacional, mas uma retomada da economia mundial pode realinhar as cotações num patamar mais elevado.

Os preços dos fertilizantes estão em queda, mas ninguém sabe até quando. A meta do Ministério da Agricultura é propor ao Ministério de Minas e Energia um plano para levar o País à autossuficiência em fertilizantes.

Atualmente, 72% do mercado brasileiro é abastecido com fertilizante importado, volume considerado muito elevado se comparado ao tamanho da agricultura brasileira. Ninguém pode ser líder agrícola dependendo tanto do abastecimento externo. O ideal seria reduzir a importação para o nível de 20%, porcentual comum entre importantes produtores agrícolas mundiais.

No plano para a autossuficiência de fertilizantes, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, estabelece prazos em cada um dos componentes: nitrogenados (5 ou 6 anos), fosfatados (7 ou 8 anos) e potássio (10 anos). Um dos principais pontos do plano é a definição de cronogramas para pesquisa e exploração de jazidas, proposta que ainda precisa receber o aval do Ministério de Minas e Energia, a quem o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) está subordinado.

No caso de uma mina de potássio, a autorização para pesquisa é concedida por 4 anos, prazo que pode ser postergado por igual período. A partir da conclusão da fase de pesquisa, a exploração pode demorar mais alguns anos para ser feita. Se a produção demora 20 anos para começar, é sinal que algo está errado. A eficiência do plano do Ministério da Agricultura também dependerá da participação da Petrobras, já que a produção de adubos nitrogenados depende do gás natural.

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