Fortalezas e fraquezas da produção de arroz em debate
Conceituação, responsabilidades e propostas, segundo a Federarroz.
Na próxima quarta-feira, 8 de agosto, às 9h30min, o auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa gaúcha, será palco da audiência pública que vai debater a situação do setor arrozeiro no Estado. Abrigado pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo da casa e promovido pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o evento, intitulado “Fortalezas e fraquezas da produção de arroz no Rio Grande do Sul. Conceituação, responsabilidades e propostas”, trará os problemas que a lavoura arrozeira vem enfrentando e apresentará aos postulantes ao governo do Estado e ao legislativo gaúcho propostas para garantia de emprego e renda no campo.
Os arrozeiros vão apresentar três temas prioritários para discussão. O primeiro deles é a reestruturação do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que vem perdendo recursos e pesquisadores por causa da falta de investimentos. Além disso, estarão na pauta a manutenção do ICMS sobre o arroz em casca, que o governo estadual não vem atendendo ao pedido das entidades arrozeiras em reduzir o imposto e dar competitividade aos produtores, e os investimentos no Porto de Rio Grande, que não vêm recebendo a devida atenção e prejudicando os exportadores do grão.
Conforme o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, o desmantelamento do Irga compromete o futuro do setor arrozeiro, já que a autarquia vem sendo responsável por pesquisas que auxiliam na ampliação da produtividade no Estado, que é a segunda maior do mundo em mais de um milhão de hectares. “O saldo do Irga de pesquisadores do início do governo para agora é muito negativo. Há uma falta de visão empreendedora e moderna, quer seja no marketing doméstico interno, quer seja no marketing internacional. Também perdemos em relação a tecnologia e inteligência na área alimentar na questão de incentivo aos derivados de arroz”, observa.
Sobre o Porto de Rio Grande, Dornelles salienta que o local atualmente é voltado ao escoamento de soja e derivados de madeira, sendo o arroz relegado para segundo plano. O dirigente ressalta que a exportação auxilia na composição dos preços internos. “O nosso Porto não está adequado à grandeza da agricultura do Rio Grande do Sul. Os terminais privados possuem uma dedicação ao que tem maior volume, como a soja. O único terminal público, da Cesa, que é capaz de suprir esta deficiência, ficou inoperante, especialmente no último governo. Em algumas situações chegou a ter tarifas de embarque superiores aos terminais privados, mesmo sendo menos qualificados”, acrescenta.
Em relação ao ICMS, o presidente da Federarroz lembra que já foram realizados pedidos de redução de 12% e 7% para 7% e 4% para escoamento do produto como forma a sustentar melhores cotações aos produtores. Entretanto, o pedido foi desconsiderado pelo governo gaúcho. “Estamos amargando questões em relação ao ICMS do arroz em casca, à medida que a capacidade instalada das indústrias gaúchas não é capaz de absorver toda a produção e uma parcela importante vai para outros Estados brasileiros. Com o ICMS elevado, o próprio governo gaúcho produz uma barreira fiscal que privilegia o setor industrial e contribui para o aprofundamento da crise no setor produtivo”, destaca.
Dornelles lembra que o setor arrozeiro sempre foi extremamente colaborativo com o executivo, especialmente com o atual governo do Rio Grande do Sul, na medida em que fez a defesa de pautas importantes como a ampliação da Nota Fiscal Eletrônica no setor. “Sempre fomos solidários com o atual governo, mas esta solidariedade não tem sido correspondida. O que deveria servir de exemplo ao Estado, com instituições que mantém suas verbas próprias, acaba o trabalho indo pelo ralo e sujeito a futuros riscos de extinções como o caso do Irga, que se seguir nessa linha, terá o mesmo destino de outras autarquias”, conclui.
5 Comentários
Senhores, se puderem me orientar. Surgiu esta semana, e já ouvi de várias pessoas de regiões distintas, tanto do RS quanto de SC, que os navios para a Venezuela de arroz em casca estão ‘trancados’. As razões são a dificuldade e segurança nas cartas de crédito e riscos de calote. Também já ouvi comentários de que 1 Navio em SC será devolvido e 1 Navio no RS com rendimento fraco, será vendido a CAMIL para beneficiamento na unidade de RIG. Favor informarem, pois isso é uma noticia que impacta diretamente no custo do arroz colocado no porto, que no nordeste do Brasil, não é comportado. Aguardo e obrigado.
Essa ladainha do Porto se estende desde o tempo que eu jogava bolita láno Itaqui. O governo do RS e União empurram com a barriga e não demonstram nenhum interesse em melhorar a infra-estrutura. Tradings que se virem com o que tem! Esse é o retrato de um país que não faz nada pelos seus produtores e que não pensa grande! A saída é fazer parcerias público-privadas… Trazer esses chineses, mexicanos, africanos, arabes, venezuelanos para investir em Rio Grande… O Brasil investiu em Mariel. Porque esse pessoal não pode investir aqui? Serviço público que não funciona tem que ser privatizado urgente!!!
A informação que tenho é de que os embarques estão trancados devido as garantias bancárias da Venezuela não estarem sendo aceitas nos bancos por aqui. Há grande risco de calote, pois já tem produto que não foi pago e esta em ‘aberto’. Muito cuidado. Vender a R$ 48,00 e não receber é pior do que vender a R$ 45,00 com liquidez garantida. É isso que ouvi esta semana…
sr. Antônio Paulo, favor entrar em contato com a Ayres Corretora para maiores esclarecimentos sobre o assunto citado po V, as,
fone da corretora: 51-33934986. abraço.
Bateu pavor no pessoal da indústria que querem vir aqui espalhar noticias sobre exportações atemorizando os exportadores. É óbvio que as tradings exigem garantias para vender. Todos sabem que os chineses estão bancando em troca de petróleo! Alguns carregamentos podem dar problema, mas não representam nem 5% do riscos. Recém chegamos ao preço de custo e a indústria tá abrindo o bico. Alertei dias atrás que só a Venezuela não significa mercado definitivo. A solução definitiva segue sendo redução de área de arroz e aumento de soja. Dai vendemos direto pros chineses e não tem urubú secando nossos negócios!