Frete de arroz gaúcho para São Paulo aumenta R$ 4,00 com tabelamento
Nova regra, que também foi defendida por algumas entidades arrozeiras, abre as portas para a importação do Mercosul.
Lideranças arrozeiras do setor produtivo e industrial do Brasil reunidas em Punta Cana para a Convenção de Mercados e Tecnologias de Arroz – e mesmo as tradings – demonstraram grande preocupação com o futuro do mercado brasileiro do arroz. Isso porque, a tabela de fretes que resultou da paralisação dos caminhoneiros, apoiada inclusive por algumas associações de arrozeiros, resultou num aumento de custo que retira o que restava de competitividade do grão gaúcho. Pelos cálculos de uma trading e uma das maiores indústrias brasileiras, a tabela agrega o custo de R$ 4,00 por fardo de 30 quilos de arroz Tipo 1, branco, transportado entre Pelotas e São Paulo. E isso é tudo o que os exportadores paraguaios queriam para garantir seu retorno ao mercado.
Por outro lado, tradings que estão compradas com quebrados, arroz em casca e beneficiado (parbo ou branco) na Fronteira Oeste, apontam que o custo por tonelada entre Uruguaiana e Pelotas deve subir entre R$ 40,00 e R$ 50,00 e isso reduz às margens a ponto de inviabilizar alguns negócios. "É um momento de impasse. A paralisação trancou o fluxo da exportação de arroz, que poderia ter ultrapassado 250 mil toneladas em maio, atrasou em 10 a 15 dias os embarques com navios parados no porto e aguardando espaço para atracar, e a retomada está sendo muito lenta porque o frete está inviabilizando o negócio", frisa um dos maiores exportadores do Brasil. Segundo ele, a expectativa está no retorno que o governo dará às demandas encaminhadas pela CNA, Federarroz e Farsul, entre outras entidades.
Para os empresários, que negociaram cerca de 80 mil toneladas de arroz brasileiro para o exterior em Punta Cana e abriram novos canais de negócios que podem gerar pelo menos outras 300 mil toneladas anuais, com apoio das entidades setoriais, faltou maturidade a alguns agentes da cadeia produtiva para ler o cenário e identificar o rebote do movimento sobre a economia setorial. "Apesar de começar com legitimidade para a causa dos transportadores, houve um desvirtuamento e os produtores que se somaram não conseguiram avaliar a tempo o quanto custaria o seu apoio ã pauta do frete, por exemplo", explica outro agente de exportação.
Análise de organizações não governamentais ligadas à área da economia indicam que os dias em que o Brasil esteve parado à margem das estradas custará ao país o equivalente a 10 anos de corrupção. No evento de Punta Cana, pelo menos 20 empresários brasileiros suspenderam as inscrições seja por necessidade de viabilizar embarques, logística para carregar os navios ou de viabilizar a recuperação de seus níveis de abastecimento às indústrias. Representante de uma das maiores indústrias brasileiras afirmou que teve um represamento de 50% de seu fluxo em maio e agora precisa dar conta da demanda com um frete inviável. Com relação a matéria-prima, não houve problemas de abastecimento, pois o arroz em casca já estava depositado ou comprado via CPRs e compra direta.
4 Comentários
Onde este Governo PT/PMDB coloca a mão, é só Esculhambação…Que Gente Incompetente…
Tss.Tss.
Se alguém fala que o produtor apoiou aumento de frete, é um absurdo. Acredito sim q apoiou o movimento pra baixar o diesel , mas não o aumento exorbitante do frete, q aumentaria seus custo operacional.Sds.
Deveriam ter pensado um pouquinho mais, antes de aderir à greve dos caminhoneiros. É óbvio que os interesses eram conflitantes!