Governo adota medidas para assegurar preços do arroz
Crise econômica pode prejudicar as exportações do cereal, que vinha ganhando espaço no mercado internacional.
Para abastecer o mercado nacional, o Brasil importa arroz do Uruguai e da Argentina. Porém, com a crise econômica e a valorização do real, a previsão do governo é de que as vendas ao mercado externo registrem uma leve retração. Assim, parte do produto exportado deverá ficar aqui no país.
Para evitar que a concentração de arroz no mercado interno resulte em baixos preços pagos ao produtor, o governo lançou no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina contratos de opção de arroz. A medida foi aprovada pelos agricultores. Nos três leilões realizados até agora, foram comercializadas 250 mil toneladas do produto.
Estamos ofertando 120 mil toneladas por quinzena para garantir ao produtor um preço futuro. Esse preço de R$ 30,00 a R$ 35,00 para outubro significa dizer que em outubro o produtor que comprar um contrato poderá vender ao governo por esse preço afirmou o coordenador-geral de Cereais do Mapa, Sílvio Farnese.
Até 2005, o Brasil exportava em média 60 mil toneladas de arroz. Nos últimos anos, a conquista de novos parceiros comerciais aumentou as vendas externas. No ano passado, foram comercializadas 950 mil toneladas de arroz, o correspondente a US$ 300 milhões de dólares. De janeiro até abril deste ano, 380 mil toneladas do produto deixaram o país, rumo à África e a países da América do Sul, como Venezuela e Bolívia.
É abertura de mercados, tecnologia no campo, o produtor está cada vez mais profissionalizado no arroz. A produtividade, cada ano, cresce. São produtores que estão interessados em que a produção seja boa, de qualidade disse Farnese.
Assim como as vendas ao mercado externo, a produção nacional também cresce. Nesta safra, foram colhidas 12 milhões de toneladas do cereal um pouco abaixo do consumo interno, que é de 13 milhões de toneladas.