Governo do Estado e Federarroz preparam nova pauta do arroz
Integram a chamada Nova Pauta do Arroz temas como a fixação de cotas para a importação de arroz e a renegociação das dívidas dos produtores junto ao sistema bancário, situação que afeta especialmente os pequenos e médios produtores e os arrendatários.
Em encontro realizado na manhã desta terça-feira, no gabinete do secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, com a participação de dirigentes da Federarroz e do presidente do Irga, Claudio Pereira, ficou definida a estratégia de encaminhamento das novas reivindicações da lavoura orizícola ao Governo Federal. Integram a chamada “Nova Pauta do Arroz” temas como a fixação de cotas para a importação de arroz e a renegociação das dívidas dos produtores junto ao sistema bancário, situação que afeta especialmente os pequenos e médios produtores e os arrendatários.
De acordo com o secretário Mainardi, a fixação de cotas de importação é fundamental para que possa ocorrer a planificação do plantio. No seu entendimento, sabendo-se o consumo médio brasileiro, a potencialidade da venda do produto para o exterior e tendo um limite para importações, ficam criadas as condições para que a produção possa ser planejada, evitando-se excedentes que podem influir negativamente no preço do arroz. “Por conta do mercado, que vem pagando excelente preço pela soja, já vem ocorrendo redução do plantio do arroz, liberando áreas de várzea para o plantio da soja, mas estamos convencidos de que deve o Estado deve ser o responsável pelo gerenciamento, para que possamos valorizar cada vez mais a nossa produção”, explicou Mainardi.
Na opinião de Pereira, esta possibilidade, que vem sendo construída juntamente com os representantes dos arrozeiros, tem caráter estruturante. “Não podemos voltar a enfrentar aquele quadro da safra 2010/2011, em que pelo excesso de produção os preços ficaram, por um bom tempo, abaixo do custo de produção, provocando intervenção de R$ 1,2 bilhão pelo Governo Federal”, justificou.
Os representantes da Federarroz também consideram fundamental enfrentar a questão do alongamento das dívidas. Segundo o presidente da entidade, Renato Rocha, que estava acompanhado pelo vice-presidente, Daire Coutinho, este é um problema fundamental para viabilizar grande parte dos orizicultores. “Sem acesso ao crédito oficial, produtores financiam suas lavouras com particulares, pagando juros altos, o que os obriga a se desfazer da produção rapidamente, mesmo que os preços estejam defasados”, afirmou.
O grupo vai agendar reuniões com os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e com a Casa Civil da Presidência da República, para apresentação das propostas, o que acontecer antes do final do mês.